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Marco Rubio aumenta pressão sobre o governo Trump por ofensiva militar para derrubada de Nicolás Maduro

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A pressão de altos funcionários do governo Trump para remover o ditador Nicolás Maduro do poder na Venezuela se intensificou, com discussões sobre uma campanha para escalar a pressão militar visando sua derrubada.

A ofensiva é liderada pelo Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional, Marco Rubio, que argumenta que Maduro é um líder ilegítimo responsável pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos. A abordagem de Rubio conta com o apoio do Diretor da CIA, John Ratcliffe, e do principal conselheiro de política interna de Trump, Stephen Miller.

Escalada militar e foco no narcotráfico

Em um sinal da escalada, o Exército dos EUA realizou nas últimas semanas ataques letais contra barcos civis que, segundo o governo, contrabandeavam drogas para gangues venezuelanas. Rubio, no entanto, defende uma estratégia mais agressiva, utilizando dados de inteligência fornecidos pela CIA, em um momento em que o Pentágono mantém mais de 6 mil militares na região.

O Exército dos EUA chegou a planejar possíveis operações militares na própria Venezuela, mirando suspeitos de tráfico de drogas, embora a Casa Branca ainda não tenha aprovado essa fase. Essas ações visariam interferir na produção e tráfico de drogas no país, ao mesmo tempo que apertariam o cerco a Maduro.

Justificativa de combate ao narcotráfico

O governo americano considera Maduro o chefe da rede de cartéis da Venezuela, o que permite a justificativa de que sua remoção do poder é, em última análise, uma operação de combate ao narcotráfico. Rubio reitera a acusação do Departamento de Justiça de 2020 contra Maduro e outros funcionários por tráfico de drogas, chamando o líder venezuelano de “fugitivo da justiça americana” e chefe de uma “organização terrorista e organização criminosa”. O Departamento de Estado elevou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões.

Líderes da oposição venezuelana, em contato com o governo Trump, desenvolveram planos para um cenário pós-Maduro. Pedro Urruchurtu, assessor de María Corina Machado, afirmou que a oposição elaborou um plano para as primeiras 100 horas após a queda que envolveria a transferência de poder para Edmundo González, o candidato que, segundo monitores independentes, venceu a eleição presidencial de 2024 (e que desde então está exilado). Urruchurtu defende que a “operação para desmantelar uma estrutura criminosa” deve ser feita com o “uso da força”.

O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott, reiterou que Maduro “não é o líder legítimo” e é um “fugitivo da justiça americana”, mas negou a coordenação de qualquer esforço que não seja a “operação contra cartéis de drogas”.

Especialistas alertam que o uso de força em outro país é, em geral, ilegal sob o direito internacional sem consentimento ou permissão da ONU. No entanto, o governo americano reconhece González como o vencedor legítimo da eleição de 2024. Se González aprovar uma intervenção, a administração Trump poderia alegar consentimento legal.

Controvérsia e risco de guerra

A Casa Branca defende os ataques militares a barcos como justificados por autodefesa, citando as mortes por overdose nos EUA, apesar de a principal fonte do fentanil ser o México, e não a América do Sul.

No entanto, há altos funcionários, como Richard Grenell — enviado de Trump à Venezuela e chefe do Centro Kennedy —, que se opõem à remoção de Maduro pela força. Eles alertam que expandir a campanha para uma operação de mudança de regime arrisca arrastar os EUA para uma guerra prolongada, o que Trump prometeu evitar, e defendem que ainda há espaço para a diplomacia.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, criticou a campanha do governo Trump como um objetivo estratégico de “mudança de regime” e buscou a normalização das relações com os EUA por meio do diálogo com Grenell.

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