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Manifestantes tomam a Avenida Paulista em ato com a presença de Bolsonaro por “justiça já!”; vídeo

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Milhares de manifestantes se reuniram neste domingo (29) na Avenida Paulista, em frente ao Masp, em um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).1 Com o lema “Justiça Já!”, o protesto, articulado principalmente pelo pastor Silas Malafaia, busca pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em meio aos avanços das investigações sobre os atos golpistas de 2023 e a suposta trama golpista de 2022, que pode resultar na condenação de Bolsonaro e seus aliados.

A mobilização ocorre em um momento crucial para o ex-presidente e seus apoiadores. O objetivo central, embora com diferentes interpretações entre os organizadores, é “evitar que o projeto de lei da anistia perca fôlego”, conforme revelou um dos organizadores sob reserva. Malafaia, por sua vez, indicou que a manifestação seria um palco para diversas pautas, permitindo que “cada orador falasse de um tema distinto”.

No ato, bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Israel foram novamente destaque. Faixas com mensagens como “Bolsotrump” e “Trumponaro” foram avistadas, além de uma faixa com uma caricatura de Eduardo Bolsonaro e os dizeres “Edu, nós o apoiamos” e “Donald Trump, thank you very much”, em apoio à tentativa do deputado de buscar sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes por parte de autoridades norte-americanas. Críticas ao sistema de votação eletrônico, com a frase “Democracia só com contagem pública dos votos”, também foram exibidas em cartazes.

Lideranças presentes e declarações

Diversas figuras políticas ligadas ao bolsonarismo marcaram presença. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a manifestação pede “não perseguição” a parlamentares de direita e a Bolsonaro. O vice-prefeito de São Paulo, Coronel Ricardo de Mello Araújo, representando o prefeito Ricardo Nunes, defendeu que os atos de 8 de Janeiro foram “depredação de patrimônio público”, e não um golpe, além de manifestar o desejo de ver Bolsonaro como candidato à presidência em 2026, com Tarcísio de Freitas (Republicanos) buscando a reeleição no governo de São Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) esclareceu sua recente declaração ao jornal Folha de S.Paulo, na qual mencionou a possibilidade de um futuro candidato apoiado pelo ex-presidente confrontar o STF, incluindo o “uso da força”, para conceder indulto aos envolvidos nos atos golpistas. Flávio afirmou que “não é algo que eu defendia” e que foi apenas “uma análise de cenário que pode acabar acontecendo se o próprio Supremo não reverter essas bizarrices jurídicas capitaneadas por Alexandre de Moraes”. Ele se referia especificamente ao julgamento de seu pai e de membros de seu governo pela tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Além de Bolsonaro, a manifestação contou com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello (Santa Catarina), além dos senadores Marcos Rogério (RO), Flávio Bolsonaro (RJ) e Magno Malta (ES), e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Deputados como Marco Feliciano, André do Prado, Bia Kicis e Gustavo Gayer também participaram.

Discursos e críticas ao STF

Por volta das 15h, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elogiou Bolsonaro, criticou o atual governo e as altas taxas de juros, e pediu anistia, justiça e o retorno do ex-presidente. Em seu discurso, Tarcísio afirmou que falava em nome dos demais governadores presentes, declarando: “Não há democracia tirando uma pessoa das urnas, pode tirar as pessoas das urnas, mas nunca vão tirar do coração do povo. Vamos dar a resposta no ano que vem, nos reencontrar com a esperança, prosperidade, com nosso caminho, com nossa vocação. Esse grupo está unido, o coração amarrado, esse homem trouxe essa corrente.”

Na sequência, o pastor Silas Malafaia criticou a decisão do STF sobre a responsabilidade das redes sociais por postagens criminosas ou ofensivas de seus usuários.

Por volta das 15h30, Jair Bolsonaro subiu ao palanque. O ex-presidente lamentou a derrota nas eleições de 2022 e voltou a criticar o STF, afirmando que “a mão pesada do STF fez-se valer na balança”. Ele se defendeu das acusações de tentativa de golpe, negou ter sido corrupto e mencionou as eleições de 2026, afirmando que, com apoio no Congresso, “mudaria o destino do Brasil”, mesmo sem ser presidente.

Bolsonaro reforçou sua inocência nas acusações de golpe: “Se fosse uma tentativa de golpe, vocês não estavam aqui. Queremos justiça, pacificação, o bem do nosso país”. Ele também declarou: “Se vocês me derem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Nem preciso ser presidente. Faremos isso por vocês.” Finalizando seu discurso, Bolsonaro disse ser processado por “uma fumaça de golpe”, ressaltando que as acusações não são por corrupção, desvio de recursos da Petrobras ou por ter encontrado dinheiro em seu apartamento.

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