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Maior porto da Europa intensifica preparativos para eventual guerra com a Rússia

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Em um movimento que sinaliza uma crescente preocupação com a segurança na Europa, a administração do Porto de Roterdã, o maior do continente, está destinando espaço e planejando rotas para navios militares da OTAN. A iniciativa inclui a organização de exercícios de desembarque de armas em suas instalações, preparando-se para um cenário de possível conflito com a Rússia.

Colaboração essencial com antuérpia

A Autoridade Portuária de Roterdã está em estreita coordenação com o porto vizinho de Antuérpia, na Bélgica – o segundo maior da Europa – para otimizar a distribuição de carga militar proveniente dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Segundo o Financial Times, ambos os portos estão intensificando sua colaboração e, em caso de grandes volumes de equipamento militar, planejam compartilhar a carga para maximizar a eficiência dos recursos disponíveis.

Essa preparação faz parte de um plano de rearmamento em larga escala na Europa, onde a União Europeia, com exceção da Espanha, busca reduzir sua dependência militar dos EUA e fortalecer suas próprias capacidades de defesa. Essa nova postura resultou na aprovação de um aumento nos gastos com defesa para 5% do PIB. O Ministério da Defesa holandês já havia confirmado que Roterdã deve disponibilizar espaço para navios militares a pedido da OTAN.

Essa ação pode estar ligada ao alerta de Mark Rutte, secretário-geral da aliança, que em junho passado advertiu os membros do bloco sobre a possibilidade de um ataque russo em até cinco anos. Embora Roterdã já tenha lidado com armas no passado, esta é a primeira vez que um cais será dedicado especificamente a essa finalidade.

“Nossas equipes estão colaborando cada vez mais em vários tópicos, incluindo resiliência”, afirmou Boudewijn Siemons, CEO da Autoridade Portuária de Roterdã, ressaltando o esforço conjunto para aumentar a autossuficiência europeia.

Com uma extensão de 42 quilômetros e movimentando cerca de 436 milhões de toneladas de carga anualmente, Roterdã recebe 28.000 embarcações marítimas e 91.000 fluviais da Alemanha e do interior da Europa. Além de ser um centro vital para o comércio, o porto também serve como uma instalação estratégica de armazenamento de reservas de petróleo. Contudo, o porto já registrou uma queda de 8% em seu comércio, principalmente de petróleo, após as sanções da União Europeia contra a Rússia. Siemons também instou os países europeus a garantir outros recursos essenciais, como cobre, lítio e grafite.

A visão Russa: rejeição de acusações

Em contraponto a essas movimentações, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou veementemente as tentativas de “demonizar” a Rússia e de atribuir a ela planos de invadir ou ocupar países europeus. Lavrov sugeriu que “especialistas e analistas que acreditam que os círculos dirigentes dos países europeus e norte-americanos estão tentando criar uma imagem da Rússia como hostil a eles, a fim de unir populações cansadas de seus problemas sociais e econômicos, certamente não estão longe da verdade”. Ele reiterou que o Ocidente continua a “demonizar” a Rússia através de “manipulações na mídia”.

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