Maduro aumenta vigilância diante de temores de captura global

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O presidente venezuelano Nicolás Maduro tem adotado medidas extremas de segurança, revelando uma crescente sensação de vulnerabilidade diante da possibilidade de traição interna e intervenção externa. Segundo o The New York Times, Maduro vive em constante movimento, mudando frequentemente de local para dormir e de celulares, além de depender cada vez mais de uma equipe de segurança reforçada composta por guarda-costas e agentes de contraespionagem cubanos.

O medo de Maduro não se restringe a uma operação internacional, mas é fortemente centrado em divisões internas. Para mitigar o risco de conspirações, ele ampliou o papel dos agentes cubanos nas Forças Armadas venezuelanas, confiando na lealdade e no histórico de incorruptibilidade de Havana. Essa medida sublinha a paranoia dentro do círculo chavista, onde deixar o poder é considerado um passo que pode levar à captura imediata.

A tensão se intensificou após o destacamento militar dos EUA no Caribe, a maior concentração naval na região desde a Crise dos Mísseis de 1962. Líderes de alto escalão, como Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López, temem que qualquer tentativa de fuga aérea possa resultar na interceptação por caças americanos e em um pouso forçado em território estrangeiro.

Desde 2019, com a autoproclamação de Juan Guaidó e o reconhecimento por mais de 50 países, o regime de Maduro enfrenta sanções internacionais, acusações de tráfico de drogas e uma recompensa de US$ 50 milhões oferecida pelos EUA por sua captura. A dependência de conselheiros cubanos na inteligência e segurança venezuelana remonta à era de Hugo Chávez, mas o aumento atual reflete um cenário mais crítico no qual o regime teme tanto a intervenção externa quanto as fissuras internas.

As implicações geopolíticas dessa crise são significativas: o aumento da presença cubana em áreas estratégicas aprofundam a dependência do regime e podem gerar tensões internas nas Forças Armadas. A militarização do Caribe e a ameaça de interceptações aéreas elevam o risco de um incidente internacional. Por sua vez, os EUA mantêm a pressão para isolar o regime, mas buscam evitar uma intervenção direta.

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