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Maduro assume poderes especiais por decreto de exceção diante de possível ataque militar dos EUA contra Venezuela

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A Venezuela decretou estado de exceção por “comoção externa”, concedendo poderes especiais ao presidente Nicolás Maduro para defesa e segurança em caso de “agressão” dos Estados Unidos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (29) pela vice-presidenta Delcy Rodríguez, logo após os EUA mobilizarem navios de guerra e tropas para o Caribe.

Rodríguez afirmou que o decreto permite a Maduro “atuar em matéria de defesa e segurança e defender a Venezuela” caso os EUA “cheguem a se atrever a agredir nossa pátria.”

A escalada da tensão

As relações entre Donald Trump e Maduro atingiram um novo pico de tensão após os EUA enviarem oito navios de guerra para a região, oficialmente sob o pretexto de combater o tráfico de drogas. Trump intensificou a pressão, acusando Maduro de liderar um cartel de drogas e alimentando a especulação sobre uma possível intervenção militar — uma “opção militar” que ele já havia sugerido em 2017.

O embate inclui ainda:

  • Acusação Formal: Em março de 2020, os EUA acusaram formalmente Maduro de narcoterrorismo.
  • Recompensa: O governo americano oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação do líder chavista.
  • Ataques Militares: Trump anunciou pelo menos três ataques a supostas embarcações de drogas venezuelanas, o mais recente em 16 de setembro, em meio a um grande reforço militar no sul do Caribe.
Maduro Busca diálogo e oferece ajuda contra cartel

Em um movimento de bastidores revelado pela agência Bloomberg, o presidente Nicolás Maduro buscou reduzir a escalada e retomar as negociações com Washington, oferecendo-se para ajudar Trump a capturar líderes do cartel de drogas Tren de Aragua. O grupo criminoso é uma prioridade para os EUA por sua atuação em diversos países das Américas.

A oferta de colaboração foi acompanhada de uma carta enviada a Trump no início de setembro, na qual Maduro pede diálogo direto. Na correspondência, Maduro negou que a Venezuela tenha um papel significativo no tráfico de drogas, alegando que apenas 5% das drogas colombianas passam pelo seu país.

“Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico”, escreveu Maduro na carta.

Apesar da busca por diplomacia de Maduro, o governo Trump parece dividido: o Secretário de Estado, Marco Rubio, e o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, lideram a campanha de pressão, enquanto outros membros da administração impulsionam a via diplomática.

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