Lula reage de forma dura a críticas de Trump sobre o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às recentes críticas de seu homólogo americano, Donald Trump, reforçando a posição do Brasil como um parceiro comercial sólido e soberano. Em um evento em Pernambuco, Lula contestou a afirmação de Trump de que o Brasil é um “mau parceiro comercial”, classificando o comentário como uma “mentira”.
“É mentira quando o presidente dos EUA diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não se curva ao governo dos EUA”, disse Lula.
Tensão comercial e política
A troca de farpas começou quando Trump, durante uma declaração na Casa Branca, acusou o Brasil de impor “tarifas tremendas” e de ser “um dos piores países do mundo” em termos de parceria comercial. Para justificar a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, Trump argumentou que as taxas de importação brasileiras são muito mais altas que as americanas.
Além da questão comercial, Lula também defendeu a legitimidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Trump defendeu, alegando que “estão tentando colocá-lo na cadeia”. Lula afirmou que a democracia brasileira está em pleno funcionamento e que a justiça é fundamental para sua manutenção.
O presidente brasileiro foi além, traçando um paralelo entre o ataque ao Capitólio, orquestrado por apoiadores de Trump em janeiro de 2021, e a situação política no Brasil. “Se você morasse no Brasil e tivesse feito aqui o que fez nos EUA, você também seria julgado e, se for considerado culpado, iria para a cadeia”, declarou Lula, sugerindo que o tratamento dado a Trump pela Justiça americana seria diferente no Brasil.
Soluções e dados econômicos
Apesar do tom firme, Lula descartou a imposição de tarifas retaliatórias aos EUA neste momento. Em vez disso, o presidente reiterou seu apoio ao fortalecimento do bloco BRICS como forma de superar a crise econômica e os desafios criados pelas políticas de Trump.
Dados oficiais mostram que a balança comercial entre os dois países pende a favor dos Estados Unidos. Em 2024, os EUA registraram um superávit total de US$ 28,6 bilhões com o Brasil, o terceiro maior superávit comercial americano no mundo, o que contradiz a retórica de Trump sobre uma desvantagem comercial.
