Lula dispara críticas ácidas a Israel e Netanyahu sobre situação em Gaza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou uma coletiva de imprensa em Paris, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, para fazer duras críticas à situação na Faixa de Gaza. Na quinta-feira, o líder sul-americano classificou os acontecimentos não como uma guerra, mas sim como um “genocídio altamente preparado contra mulheres e crianças”.
Lula reiterou seu descontentamento com a inação de organizações internacionais, clamando por uma reforma estrutural no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele também lamentou a desigualdade na cobertura midiática e na resposta global às vítimas. “Outro dia, sofremos com a morte de dois judeus na embaixada israelense nos EUA, mas no mesmo dia duas crianças palestinas morreram carregando um saco de farinha e não receberam a mesma solidariedade. Não podemos tratar os palestinos como cidadãos de segunda ou terceira classe”, afirmou.
“Um genocídio na nossa cara”
Com um apelo veemente, o presidente brasileiro condenou as imagens diárias da dramática situação humanitária em Gaza. “Estamos vendo genocídio na nossa cara o dia todo. Ontem, 95 pessoas morreram, todas inocentes e civis. Não havia sequer um líder do Hamas”, disse ele, referindo-se ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu como um “governante de extrema direita que está travando uma guerra até mesmo contra os interesses do seu próprio povo”.
Lula concluiu sua fala com uma reflexão pessoal e emocional. “Perdoem a emoção, mas é triste saber que tantas pessoas permanecem em silêncio diante de um genocídio, quando as vítimas não são soldados em combate, mas mulheres e crianças. No dia em que eu perder a capacidade de indignação, não merecerei continuar liderando meu país”, desabafou.
Suas declarações ocorreram um dia após os Estados Unidos vetarem um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato e incondicional, além da suspensão das restrições à ajuda humanitária em Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por sua vez, agradeceu aos EUA e a Donald Trump pela postura no Conselho.
