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Khamenei bate o pé e rejeita acordo nuclear com os EUA e manda duro recado a Trump

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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta quarta-feira que uma proposta de acordo nuclear dos Estados Unidos é “100% contra” os interesses nacionais e os ideais da Revolução Islâmica de 1979. Khamenei enfatizou que Teerã não buscará a aprovação de Washington para suas decisões, afirmando que “independência significa não esperar pelo sinal verde da América”.

O aiatolá insistiu que o Irã não abrirá mão de seu programa de enriquecimento de urânio, considerando-o “inútil” sem essa capacidade. Ele questionou abertamente o direito dos EUA de ditar se o Irã deve ou não ter um programa nuclear.

As negociações entre os EUA e o Irã têm sido marcadas por um impasse em relação ao enriquecimento. Embora autoridades americanas tenham frequentemente afirmado que o Irã não deveria ter permissão para enriquecer urânio, houve inconsistências nessa postura, para a insatisfação de Israel, que defende o veto total ao enriquecimento.

Detalhes da proposta americana e a contraproposta iraniana

No último sábado, os EUA apresentaram uma proposta de acordo ao Irã após cinco rodadas de negociações. De acordo com um relatório da Axios, essa proposta supostamente permitiria ao Irã manter baixos níveis de enriquecimento para usos civis, como medicina nuclear e energia. Em troca, o Irã teria que fechar suas instalações subterrâneas de alta segurança por um período e interromper pesquisas e desenvolvimento de novas centrífugas, além de desativar o enriquecimento em níveis mais altos. O Irã ainda poderia manter o enriquecimento em instalações de superfície a 3%, nível necessário para um reator nuclear civil.

Um relatório da Axios, citando um alto funcionário iraniano, revelou que a República Islâmica estaria aberta a um acordo baseado no estabelecimento de um consórcio internacional para o enriquecimento civil de urânio, desde que esse consórcio esteja localizado dentro das fronteiras do Irã. A autoridade iraniana deixou claro que, se o consórcio operar fora do território iraniano, o acordo estaria “fadado ao fracasso”.

A proposta dos EUA também prevê a eventual criação de um consórcio regional para o enriquecimento de urânio para uso civil, um plano já considerado nas negociações que levaram ao acordo nuclear de 2015, do qual o presidente Donald Trump retirou os EUA. Esse consórcio incluiria, em teoria, EUA, Irã, Arábia Saudita, Catar e possivelmente a Turquia, com suas atividades monitoradas por inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O alívio das sanções seria concedido após o Irã demonstrar “comprometimento real” com os termos do acordo, a ser determinado por Washington e pela AIEA.

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