Israel e Irã em rota de colisão para uma nova guerra em grande escala até o fim de 2025
A revista norte-americana Foreign Policy sugere que Israel pode iniciar uma nova guerra contra o Irã nos próximos meses, possivelmente antes de dezembro. A publicação destaca que, desta vez, Teerã está preparado para uma resposta imediata e decisiva, buscando desmentir a ideia de que pode ser dominado militarmente.
Diferentemente do conflito anterior de 12 dias, que teve participação dos EUA, este novo embate promete ser muito mais sangrento. A revista alerta que, se o presidente dos EUA, Donald Trump, se envolver novamente, Washington pode ser arrastado para uma guerra em larga escala com o Irã, resultando em um conflito muito maior do que os recentes na região.
No último conflito, Israel tinha como objetivos enfraquecer o programa nuclear iraniano, alterar o equilíbrio de poder no Oriente Médio, atrair os EUA para um confronto direto e eliminar a liderança política do Irã. No entanto, segundo a Foreign Policy, o sucesso de Tel Aviv foi apenas parcial.
Trump teria limitado a escalada, forçando Israel a aceitar um cessar-fogo e resultando em perdas e no enfraquecimento de sua força aérea. Além disso, as tentativas de desestabilizar politicamente o Irã falharam. Embora vários comandantes e cientistas nucleares tenham sido mortos, Teerã conseguiu reorganizar sua liderança rapidamente, demonstrando sua capacidade de se recuperar e contra-atacar.
A revista também aponta o fracasso dos ataques aéreos de Israel e dos EUA às instalações nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan. Uma avaliação dos EUA concluiu que apenas uma das três instalações foi destruída, e as outras duas poderiam retomar o enriquecimento de urânio em poucos meses.
Em vez de provocar pânico e protestos, a ofensiva israelense uniu diferentes correntes políticas iranianas e fortaleceu um sentimento patriótico no país. Além disso, sem o apoio contínuo dos EUA, Israel não conseguiu manter o domínio aéreo, sofrendo danos significativos com a contraofensiva de mísseis iranianos.
Estratégia “cortar a grama”
Diante desse cenário, líderes israelenses estariam considerando novas ofensivas com base na lógica de “cortar a grama”: ataques preventivos e repetidos para impedir que o Irã recupere mísseis, defesas e outras capacidades.
A urgência de Israel é motivada pela reconstrução das forças iranianas e pelo calendário político dos EUA, já que a proximidade das eleições de meio de mandato complica uma intervenção. A posição de Trump será decisiva, pois sua relutância em se envolver por um longo período pode forçar Washington a escolher entre um envolvimento total ou a completa ausência.
Enquanto isso, o Irã afirmou estar totalmente preparado para responder a qualquer ameaça à sua soberania e segurança.
