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Israel alerta cidadãos para se preparem para “guerra prolongada” contra o Irã

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O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), Tenente-General Eyal Zamir, alertou os israelenses para se prepararem para uma “campanha prolongada” contra o Irã, indicando que um fim rápido para o conflito é improvável. Zamir enfatizou que a ameaça iraniana exige um esforço contínuo para ser “eliminada”.

Em uma declaração em vídeo, Zamir afirmou que o Irã tem elaborado por anos um “plano claro para destruir o Estado de Israel”, e que, recentemente, este plano atingiu um “ponto sem volta”, com as capacidades iranianas alcançando o estágio operacional. Ele revelou que Israel sabia, antes de seu ataque inicial, que o Irã possuía cerca de 2.500 mísseis superfície-superfície, com uma alta taxa de produção que poderia levar a aproximadamente 8.000 mísseis em dois anos.

Ataque preventivo e defesas israelenses

Zamir justificou o ataque preventivo de Israel, citando os esforços iranianos em mísseis balísticos, avanços nucleares e a atuação de agentes terroristas regionais como fatores que “nos obrigaram a atacar e desferir um golpe preventivo”. Apesar das projeções iniciais, as IDF estão utilizando menos interceptadores do que o previsto. O Irã lançou 100 mísseis balísticos em sua resposta inicial, e um total de 470 na semana passada, ambos números abaixo do “cenário de referência” das IDF para a operação.

As defesas aéreas de Israel têm interceptado a maioria dos mísseis iranianos, com taxas de sucesso semelhantes aos ataques anteriores em abril e outubro do ano passado. No entanto, as autoridades militares reconhecem que entre 5% e 10% dos mísseis “vazam”, atingindo Israel. Isso inclui mísseis direcionados a áreas abertas, conforme protocolo, e aqueles que as defesas não conseguiram interceptar, resultando em vítimas e danos a áreas urbanas. As IDF reiteram que suas defesas, embora avançadas, não são “herméticas”.

Preparação e sucessos iniciais

O general Zamir ressaltou que as IDF “não ficarão de braços cruzados” diante das ameaças, adotando uma doutrina emergente de “agir proativamente e com antecedência” para prevenir uma ameaça existencial. A operação contra o Irã foi lançada após cerca de 20 meses de esforços de Israel para degradar significativamente os representantes da República Islâmica em Gaza, Líbano e Iêmen.

Segundo Zamir, as IDF se prepararam para esta operação “durante anos” e a lançaram devido à “convergência de condições operacionais e estratégicas”. Ele enfatizou a urgência da ação, afirmando que demorar poderia resultar na perda dessas condições e em uma desvantagem futura. Os ataques “surpresa” iniciais das IDF no Irã foram considerados um “sucesso extraordinário”, com a eliminação do alto comando inimigo, danos profundos ao programa nuclear, abertura de um corredor aéreo para Teerã, destruição de cerca de metade dos lançadores de mísseis e surpreendendo o inimigo.

Zamir também dirigiu-se aos cidadãos israelenses, destacando que a defesa da frente interna continua sendo um desafio diferente, pois o inimigo “almeja deliberadamente civis”. Ele ressaltou que a frente interna israelense é a “fonte da força das FDI, não sua fraqueza”.

O general reiterou que Israel está se preparando para uma série de possíveis desdobramentos, classificando esta como a “campanha mais complexa da nossa história”. Ele garantiu que as IDF estão preparadas para uma campanha prolongada, com sua liberdade de ação se expandindo e a do inimigo diminuindo a cada dia. Apesar dos resultados significativos, Zamir alertou que “dias desafiadores ainda nos aguardam”, pedindo vigilância e união até a conclusão da missão.

A advertência sobre uma campanha mais longa veio à tona com relatos de que o setor de segurança israelense percebeu que a operação militar levará mais tempo do que o inicialmente previsto. Anteriormente, oficiais das IDF haviam estimado que os objetivos seriam alcançados em uma ou duas semanas. Essa mudança pode estar relacionada à declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que levaria até duas semanas para decidir sobre a participação dos EUA na campanha.

Israel justifica seu ataque abrangente contra a liderança militar iraniana, cientistas nucleares, locais de enriquecimento de urânio e programa de mísseis balísticos como necessário para impedir que a República Islâmica concretize seu plano de destruir o estado judeu. Em retaliação, o Irã lançou mais de 470 mísseis balísticos e cerca de 1.000 drones contra Israel, resultando na morte de 24 pessoas e milhares de feridos, além de danos significativos a infraestruturas civis, incluindo uma universidade, um hospital e uma refinaria de petróleo.

Israel nega escassez de Interceptadores

Apesar dos relatos da mídia dos EUA sobre uma possível escassez de mísseis interceptadores, as IDF afirmaram estar “preparadas e prontas para lidar com qualquer cenário”, desmentindo tais informações. Os militares não comentaram oficialmente sobre questões específicas de munições, mas fontes militares indicaram que a operação no Irã foi planejada por meses, levando em consideração o estoque iraniano de mísseis balísticos e drones. Isso sugere que as IDF se prepararam para os cerca de 2.500 mísseis terra-terra que o Irã possuía no início das hostilidades.

Netanyahu condena ataque ao Instituto Weizmann

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenou o ataque iraniano ao Instituto de Ciências Weizmann em Rehovot, onde um míssil balístico destruiu dois edifícios e danificou dezenas de outros. Netanyahu afirmou que o Irã está trabalhando para “destruir o progresso humano” e que Israel, ao se defender, está também “salvando muitos, muitos outros”. Ele relembrou um alerta que fez ao então secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, antes da invasão do Iraque em 2003, destacando que o principal objetivo deveria ser o regime iraniano e seu programa nuclear.

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