Inteligência dos EUA alerta que Putin mira reconstrução do império soviético na Europa

Compartilhe

Apesar dos esforços diplomáticos da nova administração de Donald Trump para encerrar o conflito no Leste Europeu, relatórios da inteligência dos Estados Unidos indicam que o presidente russo, Vladimir Putin, mantém o objetivo de conquistar a totalidade da Ucrânia.

Segundo fontes familiarizadas com os documentos, consultadas pela agência Reuters, as pretensões de Moscou iriam além das fronteiras ucranianas, visando retomar territórios que pertenciam ao antigo império soviético, incluindo estados que hoje integram a OTAN.

Essa avaliação interna contradiz diretamente o discurso público de Trump e de seus negociadores de paz, que afirmam que o líder russo demonstra um desejo genuíno de encerrar as hostilidades. Enquanto os relatórios de inteligência mais recentes, datados de setembro, reforçam uma postura de vigilância, o governo russo nega que represente uma ameaça à Europa. No entanto, lideranças europeias, especialmente da Polônia e dos países bálticos, compartilham da preocupação americana, temendo ser os próximos alvos caso Kiev caia.

O impasse territorial e a pressão de Washington

No campo de batalha, a Rússia exerce controle sobre aproximadamente 20% do território ucraniano, abrangendo regiões estratégicas como a Crimeia e o coração industrial de Donbas. O plano de paz proposto por Donald Trump tem gerado tensão ao sugerir que Kiev retire suas tropas de áreas ainda sob seu controle em Donetsk, uma exigência que o presidente Volodymyr Zelensky e a população ucraniana rejeitam veementemente.

A Casa Branca, por sua vez, mantém o otimismo, declarando que o progresso em direção a um acordo de paz é “tremendo”. Em contrapartida, vozes dentro do próprio governo Trump, como a Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, apresentam uma visão mais cautelosa, sugerindo que, embora a Rússia possa ter ambições maiores, o desempenho de suas tropas em combate sinaliza uma incapacidade técnica de dominar toda a Ucrânia ou de avançar contra o restante do continente europeu no curto prazo.

Garantias de segurança e o futuro da soberania ucraniana

Paralelamente às disputas territoriais, os negociadores Jared Kushner e Steve Witkoff avançam em um plano de 20 pontos que busca estabelecer garantias de segurança robustas para a Ucrânia. O consenso preliminar, articulado com aliados europeus em Berlim, prevê a criação de uma força de segurança internacional, composta majoritariamente por europeus, que seria posicionada na região para dissuadir novas agressões russas após a assinatura de um tratado de paz.

O plano americano também incluiria apoio de inteligência e patrulhas aéreas sobre o espaço ucraniano, com a necessidade de ratificação pelo Senado dos Estados Unidos. Contudo, a viabilidade desse pacote permanece incerta. Zelensky questiona a eficácia real dessas salvaguardas, enquanto Putin continua inflexível em suas exigências territoriais, impulsionado pelos recentes ganhos militares russos. O Secretário de Estado, Marco Rubio, admitiu recentemente que ainda não se sabe se o Kremlin está disposto a aceitar um compromisso ou se mantém a visão de conquista total declarada no início da invasão em 2022.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br