Incêndio de grandes dimensões atinge a estrutura da COP30 em Belém e força evacuação geral na zona azul; vídeos
Um incêndio atingiu o Pavilhão dos Países, uma das áreas cruciais da Zona Azul (Blue Zone) da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém, no Pará, na tarde desta quinta-feira (20).
Os primeiros relatos do incidente surgiram pouco depois das 14h, mas a situação foi controlada em aproximadamente 30 minutos. Não houve feridos. Por medida de segurança, todas as pessoas presentes na Zona Azul foram instruídas a deixar o espaço imediatamente, o que resultou na paralisação temporária dos trabalhos da cúpula.
A UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), a entidade da ONU responsável pela organização do evento, informou que equipes do Corpo de Bombeiros estavam realizando uma checagem de segurança e prometeu uma atualização oficial sobre o ocorrido por volta das 16h.
O foco do fogo e as hipóteses
Segundo informações do governador do Pará, Helder Barbalho, repassadas à jornalista Andréia Sadi, o incêndio teria começado em um estande pertencente à Índia.
O governador também adiantou que as equipes de investigação trabalham com duas hipóteses iniciais para a causa do incidente: falha em um gerador ou um curto-circuito no estande.
O coração da COP30
A Zona Azul é considerada o principal espaço da Conferência do Clima. É nesta área que estão localizadas as salas de reunião dos negociadores, ministros e chefes de delegações, onde ocorrem as discussões formais. Além disso, a região abriga os estandes que os países e organizações montam para divulgar projetos, iniciativas e realizar eventos paralelos. O Pavilhão dos Países, local do incêndio, serve como vitrine oficial para as delegações nacionais e organizações internacionais apresentarem suas estratégias e soluções climáticas.
Falhas estruturais Já eram alvo de críticas da ONU
O incidente ocorre apenas uma semana após a Organização das Nações Unidas (ONU) ter endereçado uma crítica formal e urgente ao governo brasileiro sobre falhas graves de segurança e problemas estruturais na organização da conferência em Belém.
Em uma carta enviada a autoridades brasileiras, o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, relatou que uma tentativa de invasão por ativistas na noite anterior havia deixado feridos, causado danos e exposto “brechas graves” no controle do evento.
O documento da ONU listava uma série de vulnerabilidades de segurança, incluindo:
- Portas sem monitoramento adequado.
- Um contingente de segurança aquém do necessário.
- Falta de garantias de resposta rápida por parte das forças federais e estaduais.
A organização também alertou para diversos problemas de infraestrutura que representavam risco, como:
- Calor excessivo e falhas nos sistemas de climatização dos pavilhões.
- Infiltrações causadas por chuvas.
- O perigo de água próxima a instalações elétricas.


