Ilhas Canárias realizam maior exercício de emergência para erupção de vulcão em meio a enxame sísmico
Turistas e moradores de Tenerife, nas Ilhas Canárias, devem estar preparados para um alerta de vulcão “potencialmente assustador” em seus celulares. O aviso faz parte de um grande exercício de emergência para testar a prontidão da ilha em caso de uma futura erupção, embora as autoridades insistam que não há perigo iminente.
O exercício, que começa em 22 de setembro, culminará em um alerta simulado de erupção no dia 26 de setembro. O foco principal será o município de Garachico, que simulará uma evacuação completa, com a participação de cerca de 1.000 pessoas, incluindo a Unidade Militar de Emergência e equipes científicas. A simulação tem como objetivo preparar a ilha para uma eventualidade, dado que o risco de uma erupção nos próximos 50 anos é estimado em quase 40%.
Por que o alerta?
Nas últimas semanas, pequenos tremores de terra foram registrados perto do Monte Teide, o pico mais alto da Espanha. Apesar disso, os especialistas garantem que os abalos não estão relacionados a movimentos de magma e que o cenário atual é considerado “normal” para a atividade vulcânica da ilha. O diretor de monitoramento vulcânico, Lucca D’Auria, explica que os tremores estão ligados ao sistema hidrotérmico de Tenerife.
A presidente de Tenerife, Rosa Dávila, destacou a importância de estar preparado: “Não podemos esquecer que somos ilhas com atividade vulcânica. Esta é uma decisão corajosa que exige calma, porque o risco não vai desaparecer.”
O que o exercício envolve?
O mapa oficial de risco de Tenerife mudará progressivamente de verde para amarelo, laranja e, finalmente, vermelho, culminando no alerta simulado. A iniciativa, parte do projeto europeu MODEX, será monitorada por especialistas europeus e contará com a participação de diversos órgãos de emergência, incluindo a Cruz Vermelha.
A cidade de Garachico foi escolhida para a simulação por sua história. Em 1706, uma erupção do vulcão Trevejo soterrou grande parte da cidade e destruiu seu porto, servindo como um lembrete da devastação que pode ocorrer.
As autoridades esperam que o exercício prepare a população e os serviços de emergência para agir de forma coordenada e eficiente, caso uma erupção real aconteça no futuro.
