Gripe aviária atinge novas partes do mundo; Brasil reforça segurança
A gripe aviária atingiu novas partes do mundo e se tornou um problema o ano todo, alertam especialistas em doenças e animais.
Mais de 20 especialistas e agricultores de quatro continentes conversaram com a agência de notícias Reuters sobre o problema. Eles sugeriram que os surtos sem precedentes não vão parar tão cedo nas granjas avícolas. Eles também alertaram que os agricultores devem ver a doença como um risco sério durante todo o ano, em vez de fazer esforços de prevenção durante as estações de movimentação de pássaros selvagens na primavera. Os surtos do vírus continuaram durante o calor do verão e o frio do inverno na América do Norte e do Sul, Europa, Ásia e África.
Os EUA, Grã-Bretanha, França e Japão são alguns dos países que sofreram perdas recordes de aves no ano passado, deixando alguns produtores sem recursos.
A confirmação de casos de gripe aviária na Argentina e no Uruguai, sendo este último num local a 180 quilômetros da fronteira com o Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, elevou as preocupações do setor. Embora nos dois casos a doença tenha sido detectada em aves silvestres, que foram encontradas mortas em parques nacionais, a indústria brasileira reforçou os protocolos de segurança. O Brasil nunca registrou um caso da gripe aviária e mantém status de país livre da doença.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes empresas como BRF, Seara, que pertence a JBS, informou que os protocolos de biosseguridade brasileiros seguem elevados, em especial na proteção de seus planteis industriais.
Entre as medidas adotadas, estão a proibição de visitas às granjas e unidades produtoras, controle do fluxo de aves e rações, desinfecção de veículos, trocas de roupas, reforço às proteções nas propriedades contra aves migratórias. A entidade está em contato direto com o Ministério da Agricultura do Brasil, monitorando o quadro junto às nações vizinhas.
A ABPA também lidera o Grupo Especial para Prevenção de Influenza Aviária (GEPIA), que conta com a participação de representantes das associações estaduais, especialistas e representantes da avicultura nacional, que busca alinhar as ações necessárias, tanto de prevenção, quanto de contenção, se a gripe aviária chegar ao território brasileiro.