Governo Trump vincula sanções ao Brasil à censura e ao judiciário
O representante comercial do governo Trump, Jamieson Greer, elevou a tensão diplomática com o Brasil nesta quarta-feira ao justificar a imposição de tarifas de 50% contra o país, alegando “preocupações externas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos”.
Em uma declaração contundente, Greer detalhou que a retaliação tarifária, que ele mencionou como sendo de 40% (em referência a uma “emergência separada”), está diretamente ligada à atuação do sistema judiciário brasileiro. Ele mencionou especificamente o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que o juiz teria “assumido a responsabilidade de ordenar que empresas americanas se autocensurem, emitindo ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações” sobre opositores políticos de Jair Bolsonaro.
A declaração americana ocorre em um momento delicado, às vésperas de um contato de alto nível entre os dois países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, mais cedo, que terá uma ligação telefônica com o presidente americano Donald Trump nesta quinta-feira, dando seguimento às tratativas iniciadas em um encontro no começo do mês. Lula chegou a comentar o clima positivo da reunião anterior, afirmando que os dois líderes tiveram “muito mais do que uma química”.
No cenário político interno, a fala de Greer foi rapidamente capitalizada pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Em sua conta no X, o filho do ex-presidente sugeriu uma solução para a crise: “parar a perseguição nos tribunais, aprovar a anistia no Congresso e virar esta página”. Segundo ele, essa seria a única forma de a situação se normalizar.


