Governo Trump está aquecendo as turbinas para uma guerra com a Venezuela?
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está intensificando as tensões com a Venezuela ao enviar uma significativa força naval para o sul do Caribe, sob o pretexto de combater cartéis de drogas. A ação, que inclui navios de guerra e um grande número de fuzileiros navais, levanta a suspeita de que o objetivo final seja uma mudança de regime no país vizinho, e não apenas o combate ao narcotráfico.
Contexto e Justificativa dos EUA
Recentemente, Trump assinou uma diretiva secreta que autoriza o uso de força militar contra cartéis de drogas designados como “terroristas”, incluindo o grupo criminoso venezuelano liderado por Nicolás Maduro. O governo americano não detalhou as intenções da mobilização militar, mas a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o regime de Maduro é “um cartel narcoterrorista” e que o governo Trump está disposto a usar “todo o poder americano” para combatê-lo.
Mobilização Militar e Capacidade Bélica
A mobilização inclui a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, com 2.200 fuzileiros, e o Grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima, que carrega 4.500 marinheiros. Além disso, três destróieres de mísseis guiados da classe Arleigh Burke, equipados com mais de 90 mísseis, estão sendo enviados para a região. Um oficial de defesa, que preferiu não se identificar, descreveu o uso desses navios contra cartéis de drogas como “usar um obus para uma briga de facas”, sugerindo que a força mobilizada é excessiva para a missão declarada.
Reação análise
Em resposta, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou o envio de 4,5 milhões de milicianos e disse que defenderá o país de qualquer incursão. Especialistas e ex-oficiais, como o Almirante aposentado James Stavridis, alertam que a escala da mobilização pode indicar intenções que vão além da interdição de embarcações, como um ataque em solo com mísseis Tomahawk.
Apesar de o governo não ter divulgado as regras de engajamento, a situação é comparada a eventos históricos que antecederam conflitos, como o incidente do Golfo de Tonkin, no Vietnã, e a invasão do Panamá para prender o ditador Manuel Noriega. Especialistas em direito internacional questionam a legalidade de um ataque militar sem a aprovação do Congresso.
A situação é ainda mais complexa, pois o governo Trump busca a cooperação da Venezuela na deportação de migrantes, ao mesmo tempo em que a acusa de abrigar gangues como o “Trem de Aragua”, o que cria objetivos conflitantes na sua política externa.
