Governo Lula prepara carta e pressiona Trump contra taxas e ativa “Lei da Reciprocidade”
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara-se para enviar uma carta ao governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, nos próximos dias. A iniciativa visa reverter a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros, anunciada por Trump na semana passada.
A correspondência, pronta para ser assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e pelo chanceler Mauro Vieira, aguarda a aprovação final do presidente Lula antes de ser enviada. A embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, endereçará a carta à Secretaria de Comércio americana (USTR), principal interlocutor nas negociações tarifárias.
A investida diplomática surge após Trump enviar uma carta ao Brasil, onde criticou ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou, de forma incorreta, que os EUA têm déficit comercial com o Brasil. Na realidade, o Brasil registra superávit na balança comercial com os Estados Unidos, exportando mais do que importando em valor agregado.
No documento a ser enviado, o Brasil formaliza três pedidos claros:
- Manter abertos os canais de diálogo entre os dois governos.
- Agendar novas reuniões entre representantes dos países para discutir o tema.
- Obter uma resposta ao material enviado pelo governo brasileiro em maio, detalhando informações sobre a balança comercial e outros dados, que permanece sem retorno até o momento.
Lei da Reciprocidade em Pauta
Em um movimento estratégico, o governo brasileiro publicou nesta terça-feira (15) o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade. Embora o documento não mencione os Estados Unidos diretamente, a medida é vista como uma alternativa para o Brasil reagir à taxação anunciada por Donald Trump.
O decreto estabelece procedimentos que permitem ao Brasil suspender “concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que afetem negativamente a sua competitividade internacional.”
