Governo Lula negou ajuda militar para o Rio em operação com mais de 60 mortos, diz Castro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após uma grande operação das forças de segurança estaduais contra a facção Comando Vermelho (CV). Em uma coletiva de imprensa, Castro, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL), declarou que o Rio de Janeiro está “completamente sozinho” nesta luta e defendeu a atuação do estado, dizendo que, se precisar “exceder sua competência” para proteger a população, o fará.
O governador comparou esta ação a uma operação de 2010, que levou à instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e lamentou a falta de apoio de blindados e agentes das forças federais de segurança e defesa ao longo de seu mandato. O Ministério da Justiça, por sua vez, refutou a cobrança de Castro, garantindo que atendeu a “todos os pedidos” do estado, mencionando a presença contínua da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) no Rio desde outubro de 2023, com todas as 11 solicitações de renovação aceitas. A pasta também destacou que o estado possui grandes saldos não utilizados de fundos federais de segurança, como R$ 104 milhões do FUNPEN e mais de R$ 174 milhões do FNSP.
A megaoperação resultou na morte de pelo menos 64 pessoas, incluindo quatro policiais, e deixou nove feridos. Entre os mortos, estavam líderes do Comando Vermelho que haviam se refugiado na região. Diante disso, Castro insistiu na necessidade de integração entre as forças de segurança estaduais e federais, citando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança enviada pelo governo Lula ao Congresso para propor um trabalho conjunto das polícias.
A ação policial causou o fechamento de dezenas de escolas e unidades de saúde, afetando 29 escolas no Complexo do Alemão e 17 no Complexo da Penha. O governador também direcionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a partidos de esquerda, a quem chamou de responsáveis pelo fortalecimento do CV, devido à ação que impôs restrições às operações policiais durante a pandemia, embora o Rio tenha continuado a realizá-las. Por fim, tanto Cláudio Castro quanto o Secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, reforçaram que a segurança pública exige um esforço integrado de todos os entes da federação (município, estado e União) e que o papel do estado é servir e proteger o seu povo.