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Governo Lula corre contra o relógio para reverter tarifas de Trump, mas insiste em soberania é inegociável

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O governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, tem buscado um diálogo com os Estados Unidos desde o anúncio da sobretaxa de 50% nas importações de produtos brasileiros. A medida unilateral, que deve entrar em vigor já nesta sexta-feira, 1º de agosto, foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Em nota à imprensa, o MDIC ressaltou que as negociações buscam ser “baseadas em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”, e reiterou que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. Apesar disso, o governo brasileiro afirmou que permanece aberto ao debate das questões comerciais, postura que já teria sido comunicada a Washington.

O MDIC também destacou a relação econômica robusta e de alto nível entre Brasil e Estados Unidos, que se estende por mais de dois séculos, e expressou o desejo de preservar e fortalecer essa parceria histórica.

O “tarifaço” de Trump e as Implicações

Em 9 de julho, Donald Trump enviou uma carta ao presidente Lula anunciando a imposição da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA, justificando a medida com argumentos políticos e comerciais. Em 23 de julho, o presidente norte-americano declarou que as tarifas seriam aplicadas a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”, incluindo o Brasil de forma implícita. Segundo ele, o objetivo é pressionar outras nações a abrirem seus mercados.

Neste domingo, 27 de julho, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto, sem prorrogações.

Mobilização brasileira e possíveis impactos

Diante da iminência da taxação, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou nos Estados Unidos neste domingo. Embora sua agenda oficial inclua compromissos na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, sobre a questão palestina, há a possibilidade de que ele se dirija a Washington para discutir a situação caso o governo americano demonstre abertura para o diálogo.

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) estima que o aumento da tarifa pode afetar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para os EUA. Geraldo Alckmin salientou que empresas norte-americanas com atuação no Brasil, como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar, também seriam prejudicadas pela medida, uma vez que muitas delas exportam para os Estados Unidos.

Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a área econômica já está elaborando um plano de contingência para auxiliar os setores que podem ser afetados pelo “tarifaço”, garantindo que “não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros”.

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