Flávio diz que Bolsonaro prioriza ‘inocentes’ e aceita versão restrita da Dosimetria
O senador e pré-candidato à Presidência, Flávio Bolsonaro (PL-SP), esteve na manhã desta terça-feira (data) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para visitar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O encontro, que durou cerca de 30 minutos, ocorreu dentro do horário autorizado e antecedeu a chegada da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Na saída da visita, Flávio Bolsonaro assumiu o papel de porta-voz político do pai, afirmando que o ex-presidente está acompanhando ativamente a discussão sobre a dosimetria de penas no Congresso. Segundo o senador, Jair Bolsonaro teria orientado seus aliados a aceitar uma versão mais restrita do projeto, limitada aos réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
“Independentemente da redação, se colocar pessoas como a Débora do Batom em casa, próximas da família, ainda que numa semiliberdade, ele já se sentiria menos triste aqui dentro. Isso já ajudaria ele a aguentar o tranco por mais um tempo”, declarou o senador, ligando o bem-estar do pai à soltura de presos políticos.
Apesar da declaração de Flávio, o Partido Liberal (PL) segue tentando negociar a inclusão do próprio ex-presidente nos benefícios do projeto. O senador relatou que Bolsonaro reagiu positivamente à repercussão do tema, mostrando “mais uma vez que coloca o interesse do Brasil e de outras pessoas inocentes à frente do próprio interesse político”.
Críticas ao Judiciário por cirurgia de emergência
A maior parte das declarações de Flávio Bolsonaro foi dedicada ao estado de saúde do ex-presidente, que cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por condenação na trama golpista. O senador afirmou que exames recentes identificaram duas hérnias abdominais e acusou o Judiciário de retardar de forma injustificada a autorização para a cirurgia necessária.
O senador expressou preocupação com o processo de autorização. “O médico pediu a cirurgia e, por incrível que pareça, há uma desconfiança até da palavra do médico. Pediram perícia, fizeram exame de imagem e descobriram outra hérnia,” relatou Flávio, que classificou a situação como uma “emergência real” para evitar um procedimento cirúrgico mais complexo no futuro.
Ataque direto ao ministro Alexandre de Moraes
Em um tom mais contundente, Flávio Bolsonaro dirigiu críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. O senador sugeriu que a demora na autorização da cirurgia colocaria a vida do ex-presidente em risco.
“O que parece é que querem matar o Bolsonaro aqui onde ele está. É um risco de saúde real, grave”, atacou o senador. “Eu peço que volte o bom senso, que se pare de menosprezar a necessidade de cuidar da saúde dele”, concluiu.
A defesa do ex-presidente busca viabilizar a cirurgia ainda nesta semana. Os advogados alegam que as hérnias decorrem de complicações da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.


