Explosão de carro-bomba mata general do Estado-Maior russo em Moscou
A morte do tenente-general Fanil Sarvarov, chefe da diretoria de treinamento operacional do Estado-Maior russo, marca um novo e grave episódio de violência contra a cúpula militar do Kremlin. O oficial foi vítima da explosão de um dispositivo instalado em seu veículo enquanto trafegava pela Rua Yaseneva, em Moscou, nas primeiras horas desta segunda-feira.
De acordo com o Comitê de Investigação da Rússia, a principal linha de apuração aponta para um assassinato orquestrado pelos serviços de inteligência da Ucrânia, embora Kiev ainda não tenha reivindicado oficialmente a autoria da operação.
Leia+ Inteligência dos EUA alerta que Putin mira reconstrução do império soviético na Europa
Sarvarov era uma figura central na estratégia militar russa, sendo responsável pela prontidão e pelo treinamento de combate das tropas que atuam na guerra na Ucrânia. Sua trajetória é marcada pela participação ativa em conflitos históricos para o Kremlin, como as duas guerras da Chechênia e a intervenção militar na Síria entre 2015 e 2016. A perda de um oficial com tamanha experiência operacional gerou reações imediatas em Moscou, com parlamentares como Andrey Kolesnik, da comissão de defesa da Duma, pedindo publicamente a eliminação dos responsáveis sem direito a prisão, tratando o caso como um ato de terrorismo.
Este ataque não é um incidente isolado, mas parte de uma estratégia sistemática das agências de inteligência ucranianas para atingir oficiais russos de alto escalão e colaboradores em territórios ocupados. No ano passado, um ataque semelhante vitimou o tenente-general Igor Kirillov, chefe das forças de defesa nuclear e química, evidenciando vulnerabilidades persistentes nos serviços de segurança interna da Rússia. O próprio presidente Vladimir Putin já havia criticado publicamente as falhas de proteção após episódios anteriores, exigindo maior eficácia das agências de inteligência do país.
O atentado ocorre em um momento diplomático sensível, enquanto representantes da Ucrânia, dos Estados Unidos e da Rússia realizam discussões na Flórida visando o fim do conflito que já dura quase quatro anos. Ainda não se sabe como a morte de Sarvarov influenciará o clima dessas negociações, especialmente considerando as críticas de figuras ligadas à futura administração americana, como Keith Kellogg, que questionam a legalidade de assassinatos de generais sob as regras da guerra. O cenário atual reforça a pressão sobre o Kremlin para uma resposta militar, ao mesmo tempo em que expõe a capacidade da resistência ucraniana de operar no coração da capital russa.


