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Europa pressiona por posição unificada sobre a Ucrânia antes de encontro entre Trump e Putin

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Líderes da União Europeia (UE) se uniram para defender o direito da Ucrânia de determinar seu próprio destino, em uma tentativa de influenciar a estratégia do presidente dos EUA, Donald Trump, antes de sua cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin. A reunião, descrita por Trump como uma “avaliação” das intenções de Moscou, gerou apreensão entre os líderes europeus, que temem que o líder americano possa ser levado a um acordo prematuro.

A declaração conjunta, assinada por quase todos os membros da UE (com a notável exceção da Hungria), enfatizou que qualquer negociação significativa deve ocorrer apenas após um cessar-fogo ou uma redução das hostilidades. A chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, foi além, pedindo a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, na cúpula.

Preocupações europeias e visão húngara

A principal preocupação da UE é que Trump possa ser seduzido por uma declaração conjunta com a Rússia que inclua concessões irreversíveis antes de um diálogo substancial entre Ucrânia e Rússia. Outro receio é que Putin use a reunião para normalizar as relações com os EUA, o que poderia afastar Trump da política de confronto e o aproximar da cooperação econômica com Moscou.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, aliado de longa data de Putin, criticou a iniciativa da UE, classificando-a como uma tentativa de “dar instruções” a uma reunião para a qual os líderes europeus não foram convidados. Orbán argumentou que a melhor atitude da UE seria convocar sua própria cúpula com a Rússia, seguindo o exemplo dos EUA.

Zelenskyy mantém ceticismo sobre a paz

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, afirmou que não há sinais de que a Rússia esteja buscando a paz e que, pelo contrário, estaria se preparando para uma nova ofensiva militar. Enquanto isso, a Ucrânia luta para impedir um avanço russo na região de Donetsk.

Apesar de seu ceticismo, os líderes europeus mantêm a esperança de que a recente irritação de Trump com Putin — devido à falta de acordo para um cessar-fogo de 30 dias — persista durante o encontro. A retomada da cooperação de inteligência e a disposição de Trump em fornecer armas à Ucrânia, sob certas condições, são vistos como sinais de um possível endurecimento de sua posição. No entanto, o progresso diplomático europeu com os EUA, incluindo uma cúpula bem-sucedida da OTAN, agora parece estar em risco.

Trump já sinalizou que qualquer acordo de paz envolveria a “troca de territórios” em benefício de ambos os lados, o que, na prática, significa a perda de território ucraniano. Por sua vez, a Rússia ainda não especificou se devolverá alguma área que tomou pela força.

Na véspera do encontro, Trump demonstrou seu ceticismo em relação a Zelenskyy, ressaltando que o líder ucraniano está no poder desde o início da guerra e que “nada aconteceu” nesse período. Trump expressou frustração com a relutância de seus colegas europeus em reconhecer publicamente que a Ucrânia não conseguirá recuperar todo o território perdido.

O presidente americano tentou gerenciar as expectativas para a cúpula com Putin, descrevendo-a como uma “reunião de experimentação” e afirmando que qualquer acordo justo seria compartilhado com os líderes da UE, da OTAN e com Zelenskyy antes de ser finalizado. A fala, contudo, provavelmente não tranquilizará os líderes europeus.

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