EUA têm “resposta planejada” para o cenário de saída de Nicolás Maduro

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O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, confirmou nesta terça-feira (2) que possui um plano de contingência detalhado e pronto para ser executado caso o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixe o poder.

A porta-voz do Pentágono, Kingsley Wilson, declarou que o departamento, também chamado de Departamento de Guerra, tem “uma resposta planejada e pronta” para o cenário da saída de Maduro, garantindo estar preparado “para fazer o que for preciso” se houver convocação. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões causadas pela operação militar americana no Mar do Caribe, próximo à costa venezuelana, iniciada em agosto.

Wilson reforçou que o foco oficial da operação é o combate ao narcotráfico, visando “derrubar os narcoterroristas” e proteger o povo americano ao interceptar barcos que transportam drogas. O Secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que as ações contra as embarcações “estão apenas começando”, com mais de 20 barcos já bombardeados e um saldo de mais de 80 mortos, segundo os EUA. No entanto, apesar do foco no narcotráfico, fontes do governo americano afirmaram à imprensa local que o objetivo final da operação seria, de fato, a remoção de Maduro do poder.

Ultimato de Trump não cumprido

Em um desenvolvimento paralelo que intensifica os rumores sobre a queda do regime, a agência de notícias Reuters reportou que Maduro não cumpriu um ultimato de uma semana imposto por Donald Trump para que deixasse a Venezuela.

O prazo, que expirou na sexta-feira (28), foi dado por Trump durante uma ligação telefônica em 21 de novembro. Na conversa, rejeitada pela maior parte dos pedidos de Maduro, o líder venezuelano propôs deixar o país com a família em troca de anistia legal completa, o fim das sanções e o encerramento de um processo no Tribunal Penal Internacional. Ele também sugeriu que a vice-presidente Delcy Rodríguez comandasse um governo interino até novas eleições. Trump, que rejeitou esses pedidos, deu a Maduro apenas uma semana para partir. A expiração deste prazo levou Trump a anunciar o fechamento do espaço aéreo venezuelano no sábado (29).

A Reuters aponta que as opções para uma saída de Maduro sob proteção dos EUA estão se esgotando. Maduro, que reivindica a vitória na eleição de 2018 (considerada fraudulenta pelos EUA), declarou “lealdade absoluta” ao povo venezuelano e solicitou uma nova ligação com Trump. Embora não esteja claro se uma nova proposta de saída ainda pode ser apresentada, o governo americano não descartou um acordo, apesar das divergências internas.

Os Estados Unidos, que não reconhecem Maduro como presidente legítimo, elevaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à sua prisão, acusando-o (junto a outros altos funcionários) de tráfico de drogas, violações de direitos humanos e corrupção.

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