EUA revelam interesse de Trump em se reunir com Lula
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou interesse em se encontrar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia.
A possibilidade de reunião presencial foi inicialmente proposta pelo Brasil e confirmada por uma autoridade da Casa Branca nesta quarta-feira (22). Os dois líderes já haviam conversado por telefone, e Trump classificou a interação como “muito boa”.
Local neutro e esforços diplomáticos
Fontes brasileiras indicam que a Malásia é vista como um local neutro ideal para as negociações, em contraste com Brasília ou Washington. Lula embarcou nesta terça-feira (21) para a Indonésia e Malásia, onde participará da cúpula da ASEAN, que começa em 26 de outubro.
Equipes dos dois países estão trabalhando para harmonizar as agendas, visto que há disposição mútua para o encontro. O Itamaraty reservou o domingo (26) para reuniões bilaterais de Lula, que tem um encontro confirmado com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e espera incluir a reunião com Trump.
Primeiro encontro formal desde as tarifas
Se confirmada, será a primeira reunião formal e presencial entre Lula e Trump desde o início da crise gerada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA em julho, justificada por Trump, em parte, como uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Anteriormente, os líderes tiveram apenas um rápido encontro na Assembleia Geral da ONU em setembro, onde Trump relatou ter tido uma “química excelente” com o presidente brasileiro.
O Palácio do Planalto avalia que esta reunião eleva as discussões para “um outro patamar” e representa um passo crucial para “reorganizar a relação entre Trump e Lula e a pauta entre os dois países” após meses de tensão. A relação bilateral é vista como “destravada” após uma recente reunião considerada “muito positiva” entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
