EUA realizam manobras militares no Panamá, enviando recado direto a Venezuela e Colômbia
Membros do Exército dos Estados Unidos realizaram exercícios militares no Panamá na última quarta-feira, em uma atividade que ocorre em meio à escalada de tensões de Washington com países como Venezuela e Colômbia.
Os soldados americanos atuaram ao lado de forças de segurança panamenhas, cujo exército foi desmantelado após a invasão sangrenta dos EUA em 1989.
Autoridades panamenhas e americanas descreveram a atividade como um esforço para fortalecer a cooperação bilateral em defesa e segurança, focado no “intercâmbio de conhecimento especializado”. A Coronel Ada Cotton, do Exército dos EUA, afirmou à mídia que o propósito é “simplesmente” a cooperação para o “conhecimento mútuo e relacionamentos mútuos” entre os países.
Treinamento na selva e críticas
Os exercícios foram realizados na base do Serviço Aeronaval Nacional (Senan), na província caribenha de Colón, e se concentraram em táticas de “sobrevivência, táticas e patrulhas” em ambiente de selva.
A realização dessas operações conjuntas se tornou mais frequente desde que o governo panamenho de José Raúl Mulino assinou um controverso acordo de cooperação com Washington no início do ano. O acordo veio após repetidas ameaças do Presidente dos EUA, Donald Trump, de retomar o controle do Canal do Panamá.
Organizações sociais panamenhas têm criticado e rejeitado as manobras militares. No mês passado, houve forte repúdio ao envio de aeronaves do Comando Sul para exercícios conjuntos, especialmente no contexto dos recentes bombardeios letais dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas nas águas do Caribe e do Pacífico.
Os exercícios no Panamá coincidem com o aumento das ações militares letais americanas na região e com o tom cada vez mais beligerante de Trump em relação aos governos da Venezuela e da Colômbia.
