EUA planejam ataques a alvos militares em solo da Venezuela para derrubada de Nicolás Maduro
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, estaria avaliando a possibilidade de ataques militares a alvos na Venezuela com o objetivo de “potencialmente derrubar” o presidente Nicolás Maduro. A informação, divulgada pela CNN Internacional, cita fontes próximas aos planos da Casa Branca.
Essa nova estratégia teria sido motivada, em parte, pelo recente naufrágio de um barco, supostamente usado no tráfico de drogas, em “águas internacionais”. O incidente, anunciado por Trump na última terça-feira, marcaria uma mudança na abordagem de Washington para combater cartéis de drogas, muitos dos quais foram classificados como “organizações terroristas” pelos EUA.
Ações e declarações de Washington
Apesar de a Casa Branca supostamente buscar a “saída forçada” de Maduro, Trump negou, em coletiva de imprensa na última sexta-feira, que seu governo estivesse trabalhando para uma “mudança de regime”. “Não estamos falando sobre isso”, afirmou, quando questionado sobre o tema.
Na mesma ocasião, Trump acusou a Venezuela de inundar os EUA com drogas, contrariando relatórios oficiais da ONU e outras entidades. Ele também fez um comentário sobre a “eleição muito estranha” do país.
Em outra nota, em 28 de agosto, a porta-voz presidencial dos EUA, Karoline Leavitt, não descartou a possibilidade de um ataque militar em território venezuelano. “Não vou me antecipar ao presidente em nenhuma ação militar”, disse ela. Já o Secretário de Estado, Marco Rubio, levantou a possibilidade de que embarcações suspeitas de transportar narcóticos pudessem ser atacadas e destruídas por forças americanas, o que seria uma ação contrária ao direito internacional.
Na última sexta-feira, Trump ameaçou abater aviões de guerra venezuelanos caso eles colocassem os EUA “em uma posição perigosa”, após o Pentágono reportar que duas aeronaves da Venezuela voaram “perto de um navio da Marinha dos EUA em águas internacionais”.
Em resposta, Nicolás Maduro pediu a Washington que pare de buscar uma “mudança violenta de regime” em seu país, supostamente justificando a ação como uma luta contra o tráfico de drogas.
“Digo ao presidente Donald Trump, mais uma vez da bela Caracas, da pacífica Venezuela: ‘A tentativa de alguns de seus funcionários de provocar uma mudança de regime na Venezuela é mais uma vez um erro'”, declarou ele.
Maduro classificou as acusações de tráfico de drogas do governo Trump como “narrativas falsas” e se ofereceu para enviar ao seu homólogo os números corretos sobre o assunto. “Vou enviá-los ao Presidente Trump. Já disse isso muitas vezes: eu o respeito. Tivemos e continuamos a ter divergências. Agora, nenhuma das divergências que tivemos e continuamos a ter pode levar a um conflito militar de alto impacto”, concluiu.
