EUA planejam ação terrestre contra cartéis na Venezuela; Maduro alerta sobre risco da Terceira Guerra Mundial no Caribe
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que seu governo está considerando “muito seriamente” ações contra a atividade “terrestre” de cartéis de drogas operando na Venezuela, após ataques bem-sucedidos contra embarcações no Caribe. Apesar dessa nova atenção, Trump continua a descartar novos ataques militares diretos no país sul-americano.
“Veremos o que acontece com a Venezuela,” disse Trump ao ser questionado sobre futuras intervenções, classificando o país como “muito, muito perigoso” e defendendo a estratégia militar naval recente na região. O presidente americano alegou que os ataques aos barcos de drogas resultaram na interrupção total do fluxo marítimo de entorpecentes para os EUA. “Nenhuma droga está entrando em nosso país por mar,” afirmou.
Em resposta a esse clima de tensão e aos recentes comentários de Trump e de outros altos funcionários de seu governo, o líder venezuelano Nicolás Maduro assinou um decreto na segunda-feira declarando “estado de comoção externa”. Trata-se de um estado de emergência para circunstâncias excepcionais que entraria em vigor em caso de agressão externa, refletindo o temor de Caracas por uma possível intervenção.
A Venezuela, por sua vez, enfrenta uma crise humanitária e econômica sem precedentes no continente. Mais de 9 milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país na última década devido à situação política, econômica e social, que inclui um sistema de saúde pública precário. Em meio a essa realidade, o salário de um aposentado, por exemplo, não atinge sequer US$ 3 por mês. Especialistas apontam que o regime chavista estaria investindo grandes somas para pagar “influenciadores” e figuras públicas para tentar demonstrar uma “normalidade” no país.
Risco da Terceira Guerra Mundial
O venezuelano, Nicolás Maduro, gerou controvérsia ao afirmar que a Terceira Guerra Mundial não é uma ameaça futura, mas sim uma realidade em curso. Segundo ele, o conflito já se manifesta com intensidades variadas em diversos pontos do globo, incluindo a Europa, o Oriente Médio, a América Latina e o Leste Asiático. Em seu programa “Com Maduro+”, o líder detalhou os principais “teatros de operações” dessa guerra global, mencionando as ameaças da OTAN e da Ucrânia contra a Rússia, o que ele classifica como “genocídio e extermínio” na Faixa de Gaza, além das tensões que envolvem países árabes e o Irã.
Maduro também destacou o que considera serem ameaças diretas contra a Venezuela, alertando para uma potencial “grande guerra catastrófica” no Caribe e na América do Sul, e as ameaças de guerra no Mar da China Meridional contra a China.
Os comentários foram feitos durante uma análise da recente 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Ao avaliar o cenário diplomático na ONU, Maduro expressou a opinião de que os Estados Unidos estariam isolados no panorama internacional. Ele notou que, ao contrário do que historicamente acontece, o discurso do presidente americano não recebeu o apoio imediato e aberto de muitos dos representantes das nações ali presentes, sugerindo uma mudança na dinâmica global de alianças.
