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EUA impõem prazo final, deixando Ucrânia sob enorme pressão para aceitar acordo; oposição ucraniana chama plano de Trump de “absurdo”

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Os Estados Unidos estão intensificando a pressão sobre a Ucrânia para que aceite rapidamente os termos básicos de um acordo de paz mediado por Washington com a Rússia, alertando para a possível redução do apoio militar e de inteligência, conforme relataram fontes familiarizadas com as discussões.

O governo Trump está pressionando para que a Ucrânia aceite a estrutura do acordo, que exige concessões territoriais significativas, até a próxima quinta-feira (Dia de Ação de Graças nos EUA). Essa ação representa a intervenção mais vigorosa dos EUA para moldar a posição de Kiev em um momento de crescente fragilidade no campo de batalha. O Secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, se reuniu com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em 20 de novembro para discutir o caminho para um acordo de paz, com a Casa Branca confirmando os esforços para um “cronograma agressivo”.

O plano de paz “Trump”

O plano de paz de 28 pontos, proposto pelo Presidente dos EUA, visa encerrar o conflito concedendo à Moscou o controle sobre vastas áreas do leste da Ucrânia, incluindo Donbas, em troca de garantias de segurança para Kiev. O projeto inclui condições como:

  • Limites ao tamanho das Forças Armadas da Ucrânia.
  • Renúncia à adesão à OTAN e a armas de longo alcance.
  • Incentivos econômicos para a Rússia e exclusão de forças de paz europeias.
Rejeição ucraniana e europeia

Autoridades ucranianas, incluindo a parlamentar da oposição Kira Rudik, classificaram o plano como uma “capitulação” e uma proposta “absurda”, enfatizando que a Ucrânia não cederá território nem comprometerá sua soberania. Rudik destacou que a Ucrânia já atendeu a todas as exigências da Casa Branca e que a pressão é indevida. Líderes europeus também rejeitaram a proposta e agendaram consultas urgentes antes da cúpula do G20.

O dilema de Zelensky

A pressão coloca o Presidente Zelensky em uma posição extremamente difícil, especialmente porque ele já enfrenta um escândalo de corrupção interno e contínuos avanços russos no leste, além de ataques intensificados à infraestrutura energética do país. Zelensky afirmou publicamente que a Ucrânia enfrenta uma “escolha impossível”: aceitar o acordo e perder “liberdade, dignidade e justiça”, ou arriscar a perda de um parceiro essencial dos EUA. Ele ressaltou que jamais sacrificará os interesses nacionais ou trairá a Constituição, mas reconheceu que o país pode enfrentar um “inverno extremamente difícil” caso resista.

Richard Gardiner, analista de inteligência, avalia que aceitar o plano poderia desencadear uma forte reação interna, levando os líderes ucranianos a considerar a resistência como a opção “mais aceitável”, mesmo com as perdas territoriais em curso.

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