EUA envia delegação a Taiwan em meio a temores de ‘invasão’
O presidente dos EUA, Joe Biden, enviou na segunda-feira um grupo de ex-militares e figuras da segurança nacional a Taiwan, onde se reunirão com autoridades, incluindo a presidente Tsai Ing-wen. A viagem ocorre em meio a preocupações nos EUA de que Pequim possa ser seduzida a invadir a ilha, tendo observado a relutância dos EUA em enviar tropas para a Ucrânia.
A visita foi inicialmente noticiada pela Reuters e confirmada pouco depois por diplomatas taiwaneses. A embaixada de Taiwan nos EUA disse que a viagem é “um sinal de que as relações entre Taipei e Washington permanecem ‘sólidas’!”
Liderada pelo ex-presidente do Estado-Maior Conjunto Mike Mullen, a delegação inclui Meghan O’Sullivan, ex-vice-assessora de segurança nacional no governo de George W. Bush, e Michele Flournoy, ex-subsecretária de Defesa de Barack Obama. Os ex-funcionários do Conselho de Segurança Nacional Mike Green e Evan Medeiros também viajaram com o grupo.
A equipe deve chegar a Taipei na terça-feira e se reunir com o presidente Tsai na quarta-feira.
Uma viagem semelhante ocorreu sob a direção de Biden em abril passado, quando um grupo de ex-legisladores e diplomatas viajou a Taiwan para garantir a Taipei que Washington apoiaria a defesa do país insular. Enquanto o governo em Pequim insiste que Taiwan pertence à China, os EUA apoiaram extra-oficialmente a independência de Taiwan, fornecendo armas para Taipei mesmo reconhecendo a reivindicação da China à ilha.
Os EUA não fazem parte de nenhum tratado de segurança vinculativo com Taiwan e nunca se comprometeram a defender a ilha com força. Essa posição de não comprometimento, juntamente com a recusa dos EUA em enviar tropas para a Ucrânia em resposta à ofensiva militar da Rússia na semana passada, levou a preocupações na mídia americana de que Pequim pode estar considerando “uma invasão”.
Em uma entrevista na semana passada, o ex-presidente Donald Trump afirmou que a China iria “absolutamente” atacar Taiwan durante a presidência de Biden.
Taiwan acusou os militares chineses de sondar sua zona de defesa aérea com jatos na semana passada.
Falando à Reuters, uma autoridade dos EUA não identificada se recusou a vincular a viagem da delegação a qualquer ameaça maior, dizendo que, em vez disso, representava o “compromisso mais amplo de Biden com Taiwan”.