EUA determinam saída imediata de seus cidadãos da Venezuela em meio a ataque militar iminente
O governo dos Estados Unidos intensificou a pressão sobre a Venezuela, orientando seus cidadãos a deixarem o país “imediatamente” e reforçando o alerta contra qualquer viagem para a nação sul-americana. A escalada se manifesta também em ações no espaço aéreo e em sinais de iminentes ofensivas militares terrestres.
Nesta quarta-feira (3), o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado formal, orientando todos os cidadãos americanos a saírem da Venezuela. O alerta é motivado por um “risco muito elevado de detenção ilegal” de americanos, além da alta criminalidade e da precária infraestrutura de saúde no país. O documento, que revisita e reforça orientações de maio, sublinha a gravidade da situação.
A tensão entre Washington e Caracas também se refletiu no espaço aéreo.
Trump Alerta Companhias Aéreas
O presidente dos EUA, Donald Trump, utilizou a rede social Truth Social no sábado (29) para escalar o tom, instruindo companhias aéreas, pilotos e outros operadores a considerarem o espaço aéreo “acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado”. A nova terminologia representou um aumento na intensidade do aviso anterior, emitido em 21 de novembro.
Motivos da FAA e Reação de Caracas
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA citou o “agravamento da situação de segurança e o aumento da atividade militar” na região como fatores de risco para aeronaves em todas as altitudes.
Em resposta, várias companhias aéreas suspenderam rotas que cruzavam ou tinham a Venezuela como destino. O governo de Nicolás Maduro retaliou, revogando a licença de ao menos seis empresas aéreas, incluindo a TAP, Avianca, Turkish Airlines e a brasileira Gol. Caracas acusou as empresas de aderirem a “ações de terrorismo de Estado promovidas pelo governo dos EUA” e exigiu a retomada dos voos em 48 horas. Os sinais de uma potencial intervenção militar se tornaram mais explícitos.
Ameaça de Bombardeios Terrestres
Nesta terça-feira (2), o presidente Trump indicou que ofensivas contra alvos ligados ao narcotráfico na América Latina, incluindo a Venezuela, poderiam começar “muito em breve”. Ele afirmou que, após reduzir o tráfico marítimo (com 21 embarcações atacadas desde agosto), o foco se voltará para o transporte de entorpecentes por terra, alertando Caracas a “parar de enviar veneno para o nosso país”.
Opções Militares na Mesa e Cenário de Saída
Segundo veículos de imprensa americanos, como o The New York Times e The Atlantic, Trump já avalia uma série de opções militares, que vão desde ataques a autoridades venezuelanas até o controle do setor de petróleo do país.
Paralelamente, a revista The Atlantic sugere que Maduro poderia estar disposto a negociar a saída do poder, desde que recebesse anistia e garantias de segurança para viver no exílio. A Rússia, por sua vez, manifestou prontidão para apoiar a Venezuela na escalada contra os EUA.
Reforço Militar no Caribe
O cerco americano na região inclui o deslocamento de navios de guerra, um submarino nuclear, caças, bombardeiros e helicópteros para o sul do Caribe. Essas forças se somam às bases militares dos EUA e às estruturas de segurança cooperativa mantidas em aeroportos de países parceiros na região, algumas a menos de 100 km da fronteira venezuelana.


