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EUA desafiam as linhas vermelhas da China e aumentam tropas em Taiwan

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A presença militar dos Estados Unidos em Taiwan pode ser significativamente maior do que o divulgado anteriormente, com cerca de 500 soldados americanos atualmente estacionados na ilha. A informação, noticiada pelo South China Morning Post nesta segunda-feira (26), cita o contra-almirante aposentado da Marinha dos EUA, Mark Montgomery, e levanta preocupações de que essa medida desafie as “linhas vermelhas” de Pequim.

Montgomery fez a revelação durante uma audiência no Congresso em 15 de maio. Ele sugeriu que o número poderia até chegar a mil soldados, argumentando que “se vamos dar a eles bilhões de dólares em ajuda e vender dezenas de bilhões de dólares em equipamentos americanos, faz sentido que estejamos lá treinando e trabalhando”. Em contraste, um relatório do Congresso do ano passado indicava apenas 41 soldados americanos em Taiwan, e o Pentágono ainda não confirmou o número atualizado.

Até o momento, Pequim não reagiu oficialmente às declarações de Montgomery. No entanto, a televisão estatal chinesa CCTV transmitiu uma reportagem com opiniões de moradores de Taiwan, que expressaram a preocupação de que as ações de Washington “estão empurrando Taiwan para o perigo da guerra”.

Mudança nas Relações EUA-Taiwan

Para Chen Wen-chia, especialista em relações internacionais da Universidade Nacional Chengchi, em Taiwan, o aumento do efetivo militar dos EUA sinaliza uma “mudança gradual dos Estados Unidos da ambiguidade estratégica para uma maior clareza”. Ele ressalta que, embora a presença de 500 soldados seja “limitada em escala”, ela “marca uma mudança nos laços militares entre EUA e Taiwan, de um compromisso simbólico para uma cooperação mais substantiva, prática e operacional”.

Oriana Mastro, pesquisadora do Instituto Freeman Spogli de Estudos Internacionais da Universidade Stanford, corrobora essa visão, argumentando que o envio de militares dos EUA para Taiwan representa um sinal mais forte de comprometimento. Ela enfatiza que “não há cenário em que Taiwan possa se defender sem intervenção militar direta dos EUA”.

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