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EUA ameaçam Colômbia e agravam tensão na América Latina em meio a mobilização militar contra a Venezuela

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A pressão dos Estados Unidos para a saída de Nicolás Maduro do poder na Venezuela se intensificou, com a Casa Branca ligando o país a cartéis de drogas e fluxos migratórios.

O presidente Donald Trump admitiu ter autorizado operações secretas da CIA dentro da Venezuela, visando “fluxos de migrantes e drogas”, e mencionou a possibilidade de ações terrestres, após alegar ter o controle da área marítima. Essa escalada de tensão, admitida por autoridades americanas como uma campanha para expulsar Maduro, ameaça provocar um confronto prolongado na América Latina.

Em resposta, Maduro mobilizou as Forças Armadas Bolivarianas e alegou que milhões de voluntários se juntaram às milícias, números que são questionados por analistas.

As tensões se espalharam pela região após um ataque dos EUA no Caribe matar um pescador colombiano. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convocou seu embaixador em Washington, acusou o governo Trump de “assassinato” e classificou o incidente como uma “ameaça direta à soberania nacional”.

Trump, por sua vez, retaliou chamando Petro de “traficante ilegal de drogas” e prometeu impor novas tarifas e cortar a ajuda americana, aprofundando a crise diplomática, além de exigir que Petro “fechasse” os locais de cultivo de drogas, alertando que, caso contrário, os EUA o fariam de forma “não gentil”.

A Central de Inteligência (CIA) tem um papel crucial no fornecimento de inteligência para os controversos e letais ataques aéreos do governo Trump contra pequenas embarcações no Mar do Caribe, suspeitas de transportar drogas da Venezuela. Três fontes indicaram que a agência fornece dados em tempo real (satélites e interceptação de sinais) para identificar, rastrear e recomendar quais barcos devem ser alvos de mísseis, que são lançados por aeronaves militares americanas.

O envolvimento central da CIA nos ataques a barcos não havia sido divulgado e levanta preocupações. A inteligência da agência, ao contrário das provas coletadas pela DEA ou Guarda Costeira (que costumavam conduzir as operações), é projetada para proteger fontes e métodos e não como evidência legal para divulgação em tribunal ou audiências públicas. Especialistas alertam que o papel da CIA significa que as provas usadas para selecionar os alvos permanecerão confidenciais, apesar do interesse público no assassinato de civis.

Mark Lowenthal, ex-diretor assistente de análise da CIA, ressaltou que a agência lida com “informações de inteligência”, que não são o mesmo que “evidências”, e considerou improvável que os dados da CIA sobre os alvos de tráfico de drogas sejam tornados públicos. A Casa Branca, através da vice-secretária de imprensa Anna Kelly, defendeu os ataques como decisivos contra “narcoterroristas designados” que trazem “veneno mortal” aos EUA, reiterando que o presidente continuará a usar todo o poder americano para combater as drogas.

A legalidade internacional desses ataques é questionada. Harold Koh, especialista em direito internacional, afirmou que o uso de força letal contra civis não envolvidos em guerra, mesmo suspeitos de tráfico de drogas, é uma violação, e que o presidente não tem autoridade para “cometer execução sumária em alto mar”, especialmente havendo a opção de captura.

Apesar da recusa de comentários da CIA e do Pentágono sobre questões de inteligência, Trump, em uma publicação recente, creditou a “Inteligência dos EUA” pela destruição de um semissubmersível que ele chamou de “SUBMARINO DE TRANSPORTE DE DROGAS” carregado com Fentanil e outros narcóticos. O governo divulgou publicamente sete ataques a barcos desde 3 de setembro, com vídeos curtos e sem detalhes dos alvos, exceto o número de mortos e a alegação de transporte de narcóticos. Fontes indicam que agentes da CIA buscam um papel mais central na política externa de Trump no hemisfério, reforçando sua relevância no combate ao narcotráfico.

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