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EUA afirmam que devastou completamente as instalações nucleares do Irã; Teerã reage com bombardeios em Israel deixam mais de 70 feridos

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Em uma coletiva de imprensa no domingo, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, reiterou as afirmações do presidente Donald Trump de que ataques aéreos coordenados devastaram completamente as instalações nucleares do Irã e sua capacidade de desenvolver armas atômicas. A declaração veio apesar do Pentágono reconhecer que ainda era cedo para uma avaliação completa dos danos.

Hegseth, acompanhado pelo chefe do Estado-Maior Conjunto, Gen. Dan Caine, classificou os ataques, batizados de Operação Martelo da Meia-Noite, como um “sucesso incrível e avassalador” que “obliterou” as ambições nucleares iranianas. Ele elogiou a “liderança ousada e visionária” do Presidente Trump, atribuindo o sucesso da operação, que visou as instalações de enriquecimento nuclear de Natanz e Fordow, além de um terceiro local de armazenamento de urânio enriquecido em Esfahan, ao compromisso do presidente com “a paz através da força”.

Detalhes da Operação “Martelo da Meia-Noite”

O General Caine detalhou a operação de duas fases, que começou por volta da meia-noite de sexta-feira. Sete bombardeiros B-2, partindo da base aérea de Whiteman, Missouri, voaram por 18 horas sem escalas no espaço aéreo iraniano, realizando múltiplos reabastecimentos em voo. Simultaneamente, caças não identificados precederam os bombardeiros para detectar ameaças aéreas e mísseis terra-ar iranianos. Uma segunda força de bombardeiros voou em uma direção oposta sobre o Oceano Pacífico como distração.

Caine informou que nenhuma defesa iraniana foi acionada, com os bombardeiros lançando a primeira das 14 bombas GBU-57 “destruidoras de bunkers” em Fordow e Natanz por volta das 2h10, horário local. Após os bombardeios, um submarino da Marinha dos EUA disparou mísseis Tomahawk contra o local de Esfahan. “Não temos conhecimento de nenhum tiro disparado contra o Pacote durante a saída. Os caças iranianos não voaram e, ao que parece, os sistemas de mísseis terra-ar iranianos não nos avistaram durante toda a missão. Mantivemos o elemento surpresa”, acrescentou Caine.

Apesar da euforia, a extensão total dos danos, especialmente em Fordow, cuja natureza subterrânea dificulta o acesso, não foi imediatamente confirmada. Hegseth e Caine apenas reiteraram a avaliação inicial de que o local havia sido “obliterado”.

Implicações e resposta iraniana

Hegseth também afirmou que o governo dos EUA está em contato com a liderança iraniana através de canais públicos e privados, esperando que o ataque aéreo tenha um “claro impacto psicológico” em Teerã. No entanto, a decisão de notificar os líderes do Congresso somente após a saída dos bombardeiros do espaço aéreo iraniano provavelmente atrairá críticas dos democratas, que podem argumentar que Trump se envolveu em um conflito sem autorização legislativa.

Horas após os ataques dos EUA, o Irã retaliou com um bombardeio de mísseis balísticos que feriu dezenas de pessoas em Israel. Quase 30 projéteis atingiram áreas residenciais em Tel Aviv e na cidade central de Ness Ziona, causando destruição generalizada. Um interceptador de defesa aérea israelense apresentou defeito e atingiu a cidade de Haifa, no norte, ferindo levemente três pessoas.

O Ministério da Saúde de Israel informou que, entre os hospitalizados, dois estavam em estado moderado, 77 em bom estado, quatro sofriam de ansiedade aguda e três passavam por avaliação médica. Dois hospitais, incluindo o Centro Médico Ichilov em Tel Aviv, relataram atendimento a crianças com ferimentos leves.

Este ataque iraniano ocorre em resposta a uma campanha aérea israelense contra a infraestrutura nuclear e militar do Irã, iniciada em 13 de junho. O Irã tem respondido com bombardeios quase diários, que, segundo autoridades de saúde, resultaram em 24 mortos e milhares de feridos. No ataque de domingo de manhã, pelo menos 27 mísseis foram lançados em duas salvas, acionando sirenes em diversas regiões de Israel, incluindo Jerusalém.

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