Escalada de tensões: Maduro mobiliza população em todo país para possível conflito com os EUA
Em um discurso de tom acentuado e grave, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou a população do país a se preparar para uma possível “luta armada” contra os Estados Unidos. A declaração, feita na sexta-feira (12), eleva o nível de retórica e tensão entre Caracas e Washington em um momento de crescente escalada militar no Caribe.
O chamado à mobilização ocorre um dia após Maduro anunciar o envio de forças militares, policiais e civis para 284 pontos estratégicos em todo o território venezuelano, que ele classificou como “frentes de batalha”. O anúncio foi feito durante o encerramento do Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em Caracas.
Em sua fala, Maduro justificou a medida como uma resposta defensiva. “O partido do governo (…) tem a obrigação de se preparar estruturalmente para partir para a luta armada com a nação venezuelana, se for necessário para defender esta terra, defender nosso povo”, declarou. O presidente admitiu que a decisão é difícil, afirmando: “Nunca acreditei que pudesse pronunciar estas palavras, mas as circunstâncias históricas nos obrigam por responsabilidade”.
A escalada verbal de Maduro acontece em meio a um aumento da presença militar dos EUA na região, que o governo de Donald Trump justifica como parte de uma operação contra o tráfico de drogas. A ação inclui o envio de dez caças F-35 para uma base em Porto Rico. Maduro, no entanto, argumenta que o verdadeiro objetivo das forças americanas é tirá-lo do poder.
Para o líder venezuelano, a preparação para o conflito deve ser ampla e minuciosa. “Como posso me preparar em uma determinada rua? Como podemos nos preparar em uma determinada comunidade? Existem 260.000 ruas”, questionou ele, antes de concluir que a nação precisa estar pronta para uma “luta armada nacional, regional e local, de acordo com o nível de agressividade e a loucura do imperialismo”.
