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Escalada contra Maduro: EUA classificam cartel de drogas venezuelano como terrorista

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A estratégia do governo dos Estados Unidos contra o líder venezuelano, Nicolás Maduro, está marcada por sinais contraditórios. Enquanto, por um lado, Washington intensifica a pressão militar e jurídica, por outro, o presidente Trump sinaliza uma abertura para o diálogo.

O Secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou a designação do suposto cartel de drogas venezuelano, o “Cartel dos Sóis”, como uma Organização Terrorista Estrangeira (OTE). Rubio alega que o grupo, liderado por Maduro, corrompeu as instituições do país e está envolvido em violência e tráfico de drogas para os EUA e Europa. Esta medida, vista pelos opositores de Maduro como um sinal de escalada iminente, é a ponta de um esforço que inclui o maior destacamento naval americano na região desde 1989 e uma recompensa recorde de US$ 50 milhões pela captura de Maduro.

No entanto, a expectativa de uma política exclusivamente de linha-dura foi abalada quando o presidente Trump sugeriu publicamente a possibilidade de conversar com representantes de Maduro. Essa insinuação de negociação revive os esforços anteriores de Trump, que já havia tentado canais de comunicação com Caracas, gerando confusão sobre a coerência da política americana.

O “Cartel dos Sóis”: uma ferramenta de pressão

Especialistas em Venezuela duvidam que o “Cartel dos Sóis” exista como um cartel de drogas estruturado, semelhante aos mexicanos. Em vez disso, o analista Phil Gunson, do Crisis Group, o descreve como um nome “fictício” e uma “descrição dramatizada” para o poder de Maduro de permitir que figuras militares de alto escalão e grupos criminosos explorem o tráfico de cocaína com impunidade.

Para esses especialistas, a designação de uma OTE é uma tática para aumentar gradualmente a pressão sobre Maduro, forçando-o a renunciar ou os militares a depô-lo. Contudo, Gunson adverte que, após meses de escalada sem resultados, a ameaça de força militar pode estar se tornando um “blefe”, o que torna cada vez mais improvável que Maduro leve as últimas advertências americanas a sério.

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