Enxame de terremotos preocupam moradores na Venezuela; autoridades alertam para ativação de falha
A Venezuela registrou uma intensa sequência de eventos sísmicos, somando 40 terremotos e 30 réplicas até a manhã desta quinta-feira, sem relato de mortes até o momento. Autoridades do país acreditam que este “enxame de terremotos” é resultado da possível ativação de uma falha tectônica na região oeste.
Entre quarta e quinta-feira, a Fundação Venezuelana de Pesquisas Sismológicas (Funvisis) detectou tremores com magnitudes que variaram de 3,3 a 6,3, com intensidade média a forte. Os epicentros foram localizados no oeste venezuelano, abrangendo cidades como Bachaquero e Mene Grande (em Zulia), e Siquisique e Carora (em Lara).
O contato entre placas e as zonas de falha
A alta atividade sísmica no oeste da Venezuela é explicada pela sua localização geográfica, na interface entre a Placa do Caribe e a Placa Sul-Americana. A Funvisis explica que “o movimento da placa do Caribe para o leste, em relação à placa da América do Sul, produz atividade sísmica significativa.”
A zona de maior sismicidade no país é uma faixa de cerca de 100 km de largura que se estende de oeste a leste, atravessando a Cordilheira dos Andes e as cordilheiras Central e Oriental. Essa interface é composta por três sistemas principais de falhas, historicamente responsáveis pelos terremotos mais severos no país:
- Falha de Boconó: Localizada nos Andes ocidentais, estendendo-se do estado de Táchira até o Golfo Triste.
- Falha de San Sebastián: Abrange cerca de 500 km ao longo da Cordilheira da Costa, afetando a região de Caracas e vários outros estados.
- Falha de El Pilar: Localizada no estado de Sucre, na região leste.
- Além desses sistemas, a Venezuela possui outras falhas ativas menores, como Oca-Ancón, Valera e La Victoria. A Funvisis também alerta que a Bacia do Caribe Venezuelano possui “alta sismicidade e potencial tsunamigênico”.
