Embaixador dos EUA na OTAN aponta Brasil como responsável por tragédias na Ucrânia
O embaixador dos Estados Unidos na OTAN, Matthew Whitaker, afirmou nesta quinta-feira (17) que Brasil, China e Índia têm “muita responsabilidade” pelas mortes de civis na Ucrânia devido à compra de petróleo e gás da Rússia. Segundo Whitaker, essa aquisição de combustíveis russos financia os ataques diários contra cidades e civis ucranianos.
Em Bruxelas, durante um encontro com a imprensa, Whitaker declarou: “Todas as noites vemos ataques recordes na Ucrânia contra cidades e civis. (…) Mas lembrem-se, tudo isso é possível graças à China, Índia e Brasil, que compram petróleo e gás russos, então eu diria que grande parte da responsabilidade pelas mortes de civis, especialmente, recai sobre esses países que compram petróleo e gás russos, e eles também poderiam acabar com isso”.
O diplomata também expressou a certeza de que o presidente dos EUA, Donald Trump, está “frustrado com a Rússia”, mas também com os países que compram “petróleo no mercado cinza ou negro” russo.
A estratégia de Trump para a Ucrânia
Na última segunda-feira (14), o presidente Donald Trump anunciou que os EUA enviarão armas aos países membros da OTAN para que estes as transfiram para a Ucrânia, com a condição de que essas nações paguem pelo armamento. “Nós, os Estados Unidos, não faremos nenhum pagamento. Não as compraremos, mas as fabricaremos e eles as pagarão”, enfatizou Trump durante uma reunião na Casa Branca com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.
Além disso, Trump ameaçou impor tarifas de 100% à Rússia e sanções secundárias a terceiros países que mantiverem relações comerciais com Moscou, caso um acordo de paz na Ucrânia não seja alcançado em 50 dias.
Whitaker esclareceu que o anúncio de Trump sobre o envio de armas não significa “o desejo de que a guerra continue”, mas sim uma forma de criar “as circunstâncias que levem ambas as partes à mesa para concordar um cessar-fogo e depois negociar uma paz duradoura”. Ele ressaltou que, durante os três anos de invasão russa em larga escala, os EUA já forneceram equipamento militar a Kiev, e a novidade é que agora os europeus deverão arcar com os custos.
