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Em Roma, EUA e Irã tentam frear enriquecimento nuclear em meio a cenário tenso com Israel

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Roma foi palco, nesta sexta-feira, da quinta rodada de negociações indiretas entre Irã e Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, classificou a etapa como “uma das mais profissionais da história”, indicando progresso nas discussões.

Segundo Araghchi, a próxima rodada de negociações ocorrerá após a análise das propostas debatidas. “Espera-se que ambos os lados apresentem seus pontos de vista sobre essas propostas e soluções, após o que a próxima rodada de negociações será organizada e implementada. Espero que, na próxima rodada, se essas decisões forem consideradas nas capitais, possamos obter algum alívio”, afirmou o ministro.

Ele ressaltou que diversas ideias apresentadas pelo Ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr bin Hamad Al Busaidi, foram discutidas, e que os contatos indiretos com Washington seguem um caminho “certo e razoável”. O enviado presidencial especial, Steve Witkoff, representou o lado americano nas conversas.

O objetivo principal das negociações é limitar o programa nuclear do Irã em troca do levantamento de sanções econômicas impostas pelos EUA. As tensões, no entanto, permanecem elevadas.

O ex-presidente Donald Trump já ameaçou ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado, enquanto autoridades iranianas têm alertado sobre a possibilidade de desenvolver armas nucleares, dado seu estoque de urânio enriquecido em níveis próximos aos necessários para armamentos. Um relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA indica que, embora o Irã provavelmente não esteja produzindo armas nucleares no momento, suas atividades recentes o colocam em uma posição de produzir urânio suficiente para um dispositivo em “provavelmente menos de uma semana”. Especialistas, no entanto, estimam que a fabricação de uma bomba funcional ainda levaria meses.

O ponto de maior discórdia nas negociações continua sendo o enriquecimento de urânio. A posição inicial dos EUA, que sugeria um enriquecimento a 3,67%, evoluiu para a defesa de que todo o enriquecimento iraniano deveria cessar, uma postura que se consolidou ao longo do tempo.

Complicações regionais

A situação é ainda mais complexa com a ameaça de Israel de atacar as instalações nucleares do Irã caso se sinta ameaçado. Essa postura adiciona um elemento de instabilidade a uma região já fragilizada pela guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

As próximas semanas serão cruciais para determinar se as partes conseguirão superar os impasses e avançar rumo a um acordo que desarme as tensões nucleares no Oriente Médio.

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