Em entrevista explosiva, presidente do Irã afirma que Israel tentou assassiná-lo
Em sua primeira entrevista à mídia americana desde o fim da guerra, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, fez uma grave acusação: Israel tentou assassiná-lo. A declaração foi feita a Tucker Carlson pouco antes de um encontro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com o presidente americano Donald Trump em Washington.
Questionado diretamente por Carlson se Israel havia tentado matá-lo, Pezeshkian confirmou: “Eles tentaram, mas falharam.” Ele adicionou: “Não tenho medo de sacrificar minha vida pelo meu país, pela liberdade do meu país. Mas isso trará segurança e paz à região? Só trará mais derramamento de sangue.”
Segundo Pezeshkian, o ataque não foi orquestrado pelos Estados Unidos, mas sim por Israel. “Eu estava em uma reunião, estávamos discutindo como seguir em frente e, graças à inteligência e aos espiões que eles tinham, tentaram bombardear a área onde o encontro estava sendo realizado. Deus decide quem vive e quem morre. Não temos medo de nos tornar mártires.”
O presidente iraniano também negou que o Irã tenha apoiado tentativas de assassinato contra Donald Trump, apesar de relatos anteriores sugerirem o contrário. Durante a entrevista de quase 30 minutos, Pezeshkian afirmou que Teerã “não tem problema” em retomar as negociações com os Estados Unidos.
Pezeshkian também abordou a guerra em Gaza, criticando duramente Israel. “Netanyahu está matando mulheres e crianças em Gaza, bombardeando escolas e hospitais, civis e áreas residenciais. É genocídio. Eles bloquearam a entrada de ajuda humanitária. Isso afetou a forma como meu país e toda a região veem Israel. Nós não atacamos Israel. Eles nos atacaram.”
A entrevista ocorre em um momento em que Tucker Carlson, que já foi visto como um forte aliado de Trump, tem criticado publicamente o presidente americano por seu apoio às ações militares de Israel após a eclosão da guerra com o Irã. Carlson, considerado uma figura influente na mídia alinhada ao movimento “Make America Great Again” (MAGA), argumentou em seu boletim diário que os temores sobre uma bomba iraniana eram infundados.
Ele alertou que um conflito com a República Islâmica seria uma “profunda traição” à base eleitoral de Trump e poderia significar o fim de seu segundo mandato. “O que acontecer agora definirá a presidência de Donald Trump”, escreveu Carlson. “O apoio dos EUA a Israel deve acabar. Deixe Israel conduzir seus assuntos militares por conta própria. Se Israel quiser lutar esta guerra, tem todo o direito de fazê-lo. É um país soberano. Mas não com o apoio americano.”
