Elevação do nível do mar ameaça milhões de edifícios em diversas partes do mundo
Um novo estudo da Universidade McGill, no Canadá, lança um alerta sombrio sobre o impacto da elevação do nível do mar (LSLR) nas regiões em desenvolvimento. A pesquisa projeta que mais de 100 milhões de edifícios no Hemisfério Sul – abrangendo África, Sudeste Asiático e Américas do Sul e Central – podem ser atingidos por inundações sistêmicas, levando em alguns casos à destruição total.
O risco é progressivo e alarmante:
- Com uma elevação de apenas 0,5 metro, cerca de 3 milhões de edifícios já seriam vulneráveis.
- Esse número salta para 45 milhões com uma elevação de $5$ metros.
- O cenário mais crítico, com elevação de $20$ metros, coloca 136 milhões de edifícios em perigo de inundação.
Considerando que uma elevação média global do nível do mar de pelo menos 0,5 metro é projetada até 2150, os pesquisadores afirmam que perdas significativas de edifícios, estradas e outras infraestruturas costeiras já são inevitáveis.
Agravamento da desigualdade global
Os pesquisadores destacam que a perda das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida causará um padrão irregular na elevação do nível do mar devido a efeitos gravitacionais. As regiões de latitudes médias e baixas, distantes dos polos — onde se concentram muitos países em desenvolvimento — devem sofrer a maior elevação em relação à média global. Este fenômeno tende a agravar a desigualdade global.
Além da perda de infraestrutura econômica essencial e de transporte, milhares de assentamentos costeiros com significado histórico ou cultural milenar estão sob risco.
A autora principal do estudo, Maya Willard-Stepan, ressaltou a urgência do planejamento: “Não há como evitar pelo menos uma elevação moderada do nível do mar. Quanto mais cedo as comunidades costeiras começarem a se planejar, maiores serão as chances de continuarem prosperando.”
É importante notar que o modelo do estudo foca apenas na elevação do nível do mar, não incluindo eventos extremos como tempestades, o que significa que os danos reais podem ser ainda maiores.


