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Eduardo Bolsonaro: anistia é a única saída para o fim do tarifaço de Trump e teria impactos nas eleições

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O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta sexta-feira (11) que qualquer tentativa de acordo sobre as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil seria equivalente a uma “anistia ampla, geral e irrestrita” se não houver um “primeiro passo do regime em direção a uma democracia”. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro afirmou que um acordo sem essa condição seria interpretado como um “acordo caracu”, termo popular que sugere um negócio unilateral, sem benefícios mútuos, e que tal abordagem já foi “exaustivamente tentada no passado”.

Eduardo Bolsonaro foi categórico ao afirmar que não se pode pedir a Trump – ou a qualquer “autoridade internacional minimamente decente” – que “trate uma ditadura como se fosse uma democracia”. Ele completou sua fala com um alerta: “Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar ou bem vindos à ‘Brazuela’”, utilizando um trocadilho entre Brasil e Venezuela, país comandado com mão de ferro por Nicolás Maduro.

As declarações de Eduardo Bolsonaro foram feitas pouco depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cotado como possível candidato à Presidência em 2026, ter se reunido com o chefe da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar. No encontro, Tarcísio defendeu o diálogo, ressaltando que “é preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”.

Em outra postagem, o deputado licenciado manifestou sua surpresa com o fato de o “debate político no Brasil estar resumido se os EUA deveriam ou não interferir no fato do nosso Judiciário ter sido cooptado pela política”. Bolsonaro criticou a ausência de debate sobre a “cooptação, premissa de tudo”, acusando o cenário de focar no “mensageiro para ignorar a mensagem”. Vale ressaltar que Eduardo Bolsonaro está licenciado de seu mandato e se mudou para os Estados Unidos, onde tem atuado na defesa de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) e contra a gestão Lula.

Para o deputado, a retirada da “Tarifa-Moraes”, como ele se refere às tarifas de Trump, teria grandes impactos nas eleições presidenciais de 2026. Em sua publicação, ele listou consequências como a “Falta de oposição nas eleições de 2026; esquerda eternamente no poder, pois eleição de 2026 será mais ditatorial do que a de 2022 (e sem sequer aparecer nas urnas); Jair Bolsonaro preso até morrer; Moraes dobrando a perseguição; redes sociais com mais censura do que a China; velhinhas presas seguindo o rito ‘sui generis’ de progressão de regime igual ao do deputado Daniel Silveira”.

A postura de Eduardo Bolsonaro alinhou-se à de seu pai, Jair Bolsonaro, que na quinta-feira (10) também se manifestou nas redes sociais. O ex-presidente não entrou no mérito do “tarifaço”, mas citou a medida, pedindo urgência às autoridades brasileiras diante das exigências de Trump. Nesta sexta-feira, o próprio Donald Trump afirmou que não pretende conversar com o presidente Lula agora sobre as sobretaxas, mas não descartou um diálogo em outro momento.

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