Drones perto de infraestrutura crítica e bases na Europa forçam OTAN a intersificar vigilância no Báltico
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) prometeu reforçar drasticamente sua missão no Mar Báltico em resposta a uma onda de avistamentos de drones não identificados perto de instalações militares e infraestruturas críticas na Dinamarca e em outros países do norte da Europa.
A intensificação da segurança foi anunciada depois que as forças armadas dinamarquesas relataram que vários drones foram vistos perto de bases militares durante a noite. Além disso, aeroportos e outras infraestruturas essenciais foram alvo de incursões de drones ao longo da semana, incluindo o aeroporto de Copenhague, que chegou a ser fechado por várias horas, e o fechamento temporário de cinco aeroportos dinamarqueses menores.
Ação da OTAN e temores na Europa
Em uma declaração à Reuters, a OTAN afirmou que fará uma “vigilância ainda mais reforçada com novos ativos multidomínio na região do Mar Báltico”, incluindo “plataformas de inteligência, vigilância e reconhecimento e pelo menos uma fragata de defesa aérea”. Esses novos recursos irão aprimorar a missão “Baltic Sentry”, lançada em janeiro após danos a cabos e gasodutos no fundo do mar.
Os avistamentos geraram alarme em toda a Europa, com a Rússia sendo a principal suspeita por trás das incursões. Embora não haja provas definitivas, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou que “a Rússia” é um país que representa uma ameaça à segurança europeia, e o ministro da Defesa da Dinamarca sugeriu que os voos eram “obra de um ator profissional”.
Resposta da Alemanha: O ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, classificou a ameaça dos drones como “alta” e está considerando permitir que as Forças Armadas alemãs abatam drones em certas condições.
Muro de Drones: Em resposta à escalada, ministros da defesa de 10 países da União Europeia (UE) concordaram em reforçar as defesas orientais com a criação de um chamado “muro de drones” para conter a Rússia.
Reação de Moscou: O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rejeitou as alegações de incursão, chamando a reação da UE de “histeria” e afirmando que as medidas propostas levariam a “um aumento nas tensões militares e políticas”.
Incidentes na Dinamarca e Noruega
Na Dinamarca, o porta-voz da polícia local confirmou a presença de drones na base aérea de Karup, que abriga helicópteros e comando de defesa dinamarquês, mas não comentou sobre a origem dos aparelhos.
Incidentes semelhantes foram registrados na vizinha Noruega, onde a sede conjunta do país está investigando o avistamento de pelo menos dois drones perto da base chave da OTAN em Orland, que abriga caças F-35. Um drone também foi visto sobre o estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha.
Os voos de drones na Dinamarca começaram dias após o país anunciar a aquisição de “armas de precisão de longo alcance” pela primeira vez, destinadas a combater a ameaça russa. O ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard, disse que o objetivo dos ataques era “espalhar medo, criar divisão e nos assustar”.
