Deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy são alvos de Operação Galho Fraco da Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Galho Fraco, focada em desarticular um suposto esquema de desvio de recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. A ofensiva mira figuras centrais do cenário político, incluindo os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, e Carlos Jordy (PL-RJ). A ação busca aprofundar as evidências de uma estrutura organizada para a apropriação e ocultação de verbas da União.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes federais cumprem sete mandados de busca e apreensão distribuídos entre o Distrito Federal e o estado do Rio de Janeiro. A suspeita é de que agentes políticos, servidores comissionados e particulares tenham articulado um sistema de desvio de verbas destinadas ao exercício do mandato. Esta fase é um desdobramento de uma investigação iniciada em dezembro de 2024, apurando crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Apreensão de montante expressivo em espécie
O ponto mais crítico da operação ocorreu nos endereços ligados ao deputado Sóstenes Cavalcante. Em um flat ocupado pelo parlamentar em Brasília, os investigadores localizaram uma sacola preta contendo R$ 430 mil em espécie, composta majoritariamente por notas de R$ 100 guardadas em um armário. O valor foi apreendido sob suspeita de ser fruto direto do esquema de desvios. Diferente de Sóstenes, o deputado Carlos Jordy, embora também tenha sido alvo de buscas, não teve valores em dinheiro encontrados em sua residência.
Através das redes sociais, Carlos Jordy reagiu à ação policial classificando-a como uma “perseguição covarde”. O parlamentar negou qualquer irregularidade e explicou que a investigação questiona o uso de uma locadora de veículos com frota reduzida (apenas cinco carros), o que a PF suspeita ser uma empresa de fachada. Jordy argumentou que utiliza os serviços da empresa há anos e que o tamanho da frota não justifica as acusações. Já a assessoria de Sóstenes Cavalcante ainda não se pronunciou oficialmente, e sua defesa está sendo procurada para esclarecimentos sobre a origem do dinheiro apreendido.
O funcionamento da Cota Parlamentar
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) é o recurso mensal destinado a deputados para cobrir custos indispensáveis ao mandato, como passagens aéreas, combustível, alimentação e o aluguel de escritórios e veículos. A investigação atual foca justamente no uso indevido desses ressarcimentos, apontando que contratos de prestação de serviços podem ter sido simulados para que o dinheiro público retornasse aos parlamentares de forma ilícita.


