CPMI do INSS: Ex dirigente de associação sob investigação da PF não responde a perguntas
O empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), se manteve em silêncio durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizado entre a noite de segunda (20) e a madrugada de terça-feira (21). Macedo é apontado como um dos possíveis operadores do esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões e compareceu à sessão amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No início da oitiva, o empresário, que depunha na condição de testemunha, recusou-se a prometer dizer a verdade, sendo defendido por seu advogado, Levy Magno. O defensor argumentou que Macedo não poderia ser classificado como testemunha, pois possuía “todas as características de alguém que está sendo investigado”.
O advogado afirmou ter orientado Felipe Macedo a permanecer calado – um direito assegurado pelo habeas corpus – devido à falta de acesso aos autos dos processos contra o cliente. O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), lamentou a postura do depoente e criticou o que considerou ser uma diferença de tratamento legal entre investigados com e sem recursos.
A Amar Brasil, presidida por Macedo, é investigada pela Polícia Federal e faz parte do grupo de entidades suspeitas de terem faturado aproximadamente R$ 700 milhões por meio de descontos não autorizados nos benefícios do INSS. A próxima sessão da CPMI está agendada para quinta-feira (23), quando serão ouvidos Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, e sua esposa, Thaisa Hoffmann.


