CPMI do Banco Master deve ser o primeiro ato da oposição em 2026
A bancada de oposição ao governo federal na Câmara dos Deputados anunciou, nesta segunda-feira (29), a articulação de um novo pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa foi confirmada pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que lidera o bloco na Casa. A base da representação fundamenta-se em denúncias recentes sobre supostas intervenções de Moraes junto à presidência do Banco Central em benefício do Banco Master, instituição investigada por fraudes. O documento cita ainda um contrato milionário entre o escritório de advocacia da esposa do magistrado e a referida entidade financeira.
Os parlamentares alegam que as condutas descritas configuram conflito de interesses e interferência indevida em órgãos autônomos, ferindo o decoro e a honra exigidos para o cargo no Judiciário. A oposição sustenta que houve favorecimento de interesses econômicos ligados ao núcleo familiar do ministro, acusações que são veementemente negadas por Moraes. O cronograma oficial prevê que o pedido seja formalmente protocolado em fevereiro de 2026, logo após o encerramento do recesso legislativo, período em que os autores pretendem ampliar o apoio político à medida.
A meta estabelecida pela liderança da oposição é alcançar um engajamento recorde no Congresso Nacional. Segundo Cabo Gilberto Silva, o objetivo é ultrapassar a marca de 200 assinaturas de parlamentares, superando mobilizações históricas anteriores. Atualmente, o grupo já contabiliza o apoio de 100 deputados e 14 senadores, aguardando o retorno das atividades parlamentares para consolidar as adesões de congressistas que se encontram em recesso.
Paralelamente à destituição do ministro, a oposição também articula a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) focada especificamente nas relações entre Moraes e o Banco Master. O movimento para a abertura da comissão está em estágio avançado, contando com 170 assinaturas na Câmara e 20 no Senado. O grupo está a apenas um voto de atingir o quórum necessário entre os deputados e busca intensificar as negociações para preencher o requisito mínimo também entre os senadores.


