CPI do INSS: seis eixos de investigação prometem agitar os bastidores até o ano eleitoral
A CPI do INSS, que investiga fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões, definiu seu plano de trabalho, que será dividido em seis partes e se estenderá até março de 2026. A investigação, que pode gerar desgaste para o governo Lula, busca detalhar o esquema que resultou em um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões.
Focos da investigação
A Polícia Federal já identificou o operador central do esquema, Antônio Carlos Camilo Antunes, que, com renda declarada de R$ 24 mil, movimentou R$ 53 milhões e teria usado o dinheiro para presentear dirigentes do INSS com bens de luxo, como um Porsche. A CPI pretende convocar Antunes e outros nomes, como o ex-diretor de Benefícios André Fidélis, para depor.
Além de focar nos responsáveis, a CPI quer entender o impacto financeiro e humano do escândalo. Mais de 3,2 milhões de aposentados e pensionistas, muitos deles idosos, abriram processos para contestar descontos não autorizados.
Outros Eixos e Próximos Passos
Outra frente da investigação vai rastrear o fluxo financeiro dos desvios, solicitando quebras de sigilo bancário. A Polícia Federal já bloqueou R$ 1 bilhão em bens e prendeu líderes do esquema. Um ponto de destaque é a autorização de descontos em massa para a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), feita pelo então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, mesmo com parecer jurídico contrário.
A comissão também irá apurar as falhas nos mecanismos de controle do INSS. Segundo o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, os “alarmes” internos do órgão foram “desligados” intencionalmente em 2023 e 2024. O Tribunal de Contas da União (TCU) e servidores já haviam alertado sobre as fraudes desde 2020. Por fim, a CPI pretende propor recomendações para evitar novos golpes, como a exigência de biometria para descontos e o fim do mecanismo de desconto automático.
