Cometa interestelar 3I/ATLAS faz sua máxima aproximação do Sol nos próximos dias
Enquanto o Cometa Lemmon presenteia o público com um espetáculo visível a olho nu, a verdadeira estrela do momento no sistema solar está fora de vista, escondida atrás do Sol. Trata-se do cometa interestelar 3I/ATLAS, um raro visitante de um sistema estelar distante, considerado o terceiro objeto do tipo já detectado em nossa vizinhança cósmica.
Confirmado pela NASA no início de julho, o 3I/ATLAS é notável por ser o maior, o mais veloz e, provavelmente, o mais antigo objeto interestelar já observado. Esta “bola” de gelo e poeira está prestes a concluir a primeira metade de sua travessia pelo nosso sistema.
Periélio e Partida Iminente
Nesta quarta-feira (29 de outubro), o 3I/ATLAS alcançará o periélio — seu ponto de maior proximidade com o Sol, a cerca de 1,4 unidades astronômicas (210 milhões de quilômetros). Após esse marco, ele iniciará sua lenta e definitiva jornada para fora da nossa região galáctica.
Apesar de estar temporariamente oculto, o cometa já rendeu imagens preciosas. A fotografia mais nítida até agora, capturada em 27 de agosto pelo telescópio Gemini Sul, no Chile, mostra a intensa atividade do 3I/ATLAS: o calor solar sublima o gelo de seu núcleo, liberando jatos de gás e poeira que formam uma brilhante nuvem (coma) e uma longa cauda, inclinada pela pressão da radiação solar.

Brilho e observação futura
À medida que o cometa atinge o periélio, a expectativa é de um aumento na liberação de gás em alta velocidade. Quando o 3I/ATLAS ressurgir e se tornar visível aos telescópios no início de novembro, a NASA prevê que ele possa estar maior e mais brilhante do que há dois meses.
Instrumentos em terra, em órbita e até mesmo sondas em direção a Júpiter estarão de prontidão para registrar a partida do 3I/ATLAS, transformando-o em uma celebridade cósmica ainda maior.
O estudo deste viajante interestelar com o arsenal astronômico da humanidade pode desvendar segredos inestimáveis sobre as distantes fronteiras da nossa galáxia e sua história. Por enquanto, o cometa permanece do lado oposto do Sol, carregando consigo um tesouro de informações cósmicas.


