Chip cerebral chinês promete superar Neuralink e transformar a conexão mente-máquina
Conhecido por suas diversas empresas e ambições que vão desde a colonização de Marte até a recente aquisição do X (antigo Twitter), Elon Musk tem na Neuralink um de seus empreendimentos mais futuristas. A empresa, fundada em 2016, visa transformar vidas através de implantes cerebrais, já demonstrando sucesso ao ajudar pacientes não-verbais a se comunicarem e, com a inovação Blindsight, buscando restaurar a visão e a capacidade de andar em pessoas paralisadas.
Apesar dos avanços notáveis da Neuralink em sua missão de auxiliar o progresso humano, a empresa de Musk não está sozinha neste campo. Um rival chinês, StairMed, sediado em Xangai, está ganhando destaque ao supostamente desenvolver um chip “melhor” que o da Neuralink.
O Avanço Chinês em interfaces cérebro-computador (BCI)
Conforme reportado pela Nature, a StairMed já permitiu que um homem paralisado jogasse videogame, como parte de um número crescente de testes de interface cérebro-computador (BCI) realizados na China. Aparentemente, a tecnologia da StairMed se destaca por ser menor e menos invasiva, utilizando menos sondas que o implante da Neuralink.
Embora a China tradicionalmente utilize BCIs mais simplificados que os equivalentes americanos, o setor está em rápida expansão. Zhengwu Liu, engenheiro elétrico da Universidade de Hong Kong, e Christian Herff, da Universidade de Maastricht, confirmam o rápido desenvolvimento da pesquisa de BCI na China, com pesquisadores aprimorando algoritmos para decodificar dados neurais. O governo chinês já designou os sistemas cérebro-computador como área prioritária, atraindo muitos jovens cientistas para essa “nova onda de BCI”, segundo Yuanning Li, neurocientista computacional da Universidade ShanghaiTech.
Inovações e Futuro da Tecnologia BCI
Li acredita que o progresso na China “pode beneficiar pacientes e pesquisadores no mundo todo”. Várias equipes chinesas já anunciaram resultados de testes em estágio inicial (ainda não revisados por pares). Um destaque é o BCI conhecido como NEO, implantado em um paciente em outubro de 2023. Após 20 meses, a pessoa fortalceu a pegada e agora consegue comer e beber de forma independente. Atualmente, 20 pacientes já receberam o implante NEO.
O neuroengenheiro Zhengtuo Zhao explica que, embora a tecnologia do NEO não seja tão potente quanto sondas mais profundas que registram a atividade de neurônios individuais, sua natureza minimamente invasiva permite que funcione por um período mais longo. O NEO usa 64 sensores finos, com um centésimo da largura de um fio de cabelo humano, que penetram no córtex neural.
Ainda que a StairMed esteja nos estágios iniciais de seu trabalho, Zhao busca integrar a tecnologia BCI com sistemas mais inteligentes, como cadeiras de rodas avançadas e robôs. Com esses avanços, Elon Musk e a Neuralink podem enfrentar uma competição acirrada no campo da neurotecnologia.
