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China diz que os EUA estão por trás de grande ataque cibernético

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O Ministério da Segurança do Estado (MSS) da China, principal agência de contraespionagem do país, acusou formalmente no domingo (19/10) a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos de uma série de ataques cibernéticos contra o Centro Nacional de Serviços de Tempo (NTSC).

O NTSC, afiliado à Academia Chinesa de Ciências, é uma infraestrutura crítica e estrategicamente vital para Pequim, responsável por gerar e distribuir o horário padrão chinês, essencial para os setores de comunicações, finanças, energia, transporte e defesa.

Alegações de infiltração e uso de “armas Especiais”

Segundo o MSS, a NSA teria utilizado 42 tipos de “armas especiais de ataque cibernético” para mirar os sistemas de rede internos do centro e tentado se infiltrar em um sistema chave de cronometragem entre 2023 e 2024. A China alegou ainda que, em março de 2022, a NSA explorou uma falha de segurança para controlar telefones de funcionários e roubar dados sensíveis e, em abril de 2023, usou senhas roubadas para invadir os sistemas e estudar a rede do centro.

Embora o ministério chinês não tenha apresentado evidências para suas alegações, Wei Dong, alto funcionário do NTSC, alertou à mídia estatal (CCTV) que o suposto hack poderia comprometer sistemas cruciais de cronometragem, resultando em falhas em subestações de energia e danos em sistemas de navegação por satélite. Li Jianhua, diretor da Universidade Jiao Tong de Xangai, classificou o ataque como uma “agressão cibernética em nível estatal” com objetivos de “infiltrar, monitorar, interromper ou até mesmo destruir infraestruturas importantes”.

Troca de acusações e tensões ampliadas

As acusações de Pequim, que rotulam os EUA como sua principal ameaça cibernética, ecoam as alegações de Washington sobre hackers chineses apoiados pelo Estado. O MSS rebateu, afirmando que os EUA “estão acusando outros do que eles próprios fazem, exagerando repetidamente as alegações sobre ameaças cibernéticas chinesas”.

O incidente cibernético ocorre em um contexto de alta tensão, exacerbado por uma recente interrupção da Amazon Web Services (AWS), que gerou especulações sobre um conflito cibernético mais amplo, e pela renovada guerra comercial entre os dois países. As tensões comerciais foram reacendidas pelo reforço chinês nos controles de exportação de terras raras, o que levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a ameaçar retaliar com uma tarifa de 100%.

NSA não confirma nem nega

Questionada sobre as alegações, a NSA emitiu uma declaração, por meio de comunicado, de que não confirma nem nega alegações da mídia sobre suas operações. A agência afirmou que seu foco principal é “combater atividades malignas estrangeiras que visam persistentemente interesses americanos”.

A ausência de resposta direta dos EUA, somada à grande interrupção da AWS que afetou importantes sites e aplicativos globais, deve aumentar as preocupações com a segurança cibernética mundial.

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