Chefe da ONU exige comprometimento dos países com a solução de dois Estados; Israel chama cúpula de “farsa”

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O Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fez um apelo urgente à comunidade internacional para que apoie a solução de dois Estados, afirmando que a paz entre israelenses e palestinos deve ser alcançada “antes que seja tarde demais”. A declaração foi feita durante uma sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

A reunião, copresidida por França e Arábia Saudita, concentrou-se no reconhecimento de um Estado palestino. Vários líderes ocidentais, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, expressaram seu apoio à medida.

Macron abriu o evento pedindo o fim da guerra em Gaza e a libertação imediata de todos os reféns. “Chegou a hora de libertar os reféns, de pôr fim à guerra e aos massacres”, disse ele, reforçando a urgência da situação e homenageando os cidadãos franceses mortos no ataque de 7 de outubro.

Abbas: “Hamas não terá papel em Gaza”

Em um discurso por videoconferência, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que o Hamas não terá nenhum papel futuro no governo de Gaza. Ele exigiu que o grupo terrorista entregue suas armas e defendeu um Estado unificado “com uma só lei e uma só força de segurança legítima”.

Abbas também anunciou planos para realizar eleições e elaborar uma constituição provisória após o fim da guerra. Ele concluiu seu discurso pedindo que mais países sigam o exemplo daqueles que já reconheceram o Estado da Palestina, buscando o apoio para se tornar um membro pleno da ONU.

Israel critica a Cúpula e recusa participação

A cúpula, no entanto, foi duramente criticada por Israel. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, classificou o evento como uma “farsa” e expressou sua decepção com a França e outros países que, segundo ele, estão “deixando os reféns para trás” ao se concentrarem no reconhecimento palestino.

“Israel não participará dessa farsa”, declarou Danon. Ele questionou a capacidade dos líderes presentes em lidar com o Hamas, afirmando que a responsabilidade de garantir a segurança na região continua sobre os ombros de Israel.

Onda de reconhecimento no Ocidente

Durante a sessão, líderes de vários países ocidentais, incluindo Bélgica, Mônaco, Luxemburgo, Malta e San Marino, anunciaram o reconhecimento de um Estado palestino. O primeiro-ministro de Luxemburgo, Luc Frieden, descreveu o movimento como “o início de um compromisso renovado com a esperança, a diplomacia e a coexistência”.

Alguns países, como a Bélgica e Andorra, condicionaram o reconhecimento total à libertação dos reféns e à remoção do Hamas do poder. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, afirmou que as relações diplomáticas com a Palestina só seriam plenamente estabelecidas quando essas condições fossem cumpridas.

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